Na terça-feira, 27, no dia que estreou na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado federal catarinense Valdir Cobalchini (MDB) fez um pronunciamento na tribuna da Câmara Federal demonstrando muito incômodo com a “preguiça” dos colegas nos trabalhos diários do parlamento.
Num trecho do discurso, ele disse que “eu venho aqui também, como deputado do meu estado de Santa Catarina, para discutir temas nacionais, pra falar sim de infraestrutura, pra falar de educação, pra falar de saúde, muitos aqui ficam olhando pelo retrovisor tentando encontrar chifre em cabeça de cavalo”.
Num outro momento, Cobalchini fala que “eu quero trabalhar, sou pago e bem pago pra isso, não é possível que a gente fique aqui perdendo o nosso tempo, temos a reforma tributária que precisa avançar, temos que pensar no Brasil, parar de olhar o nosso umbigo”.
Ele termina a fala dizendo que está no Congresso tentando ouvir alguma coisa para aprender com os mais experientes, mas que está aprendendo muito pouco e que sua expectativa era muito maior.
Na última legislatura como deputado estadual, Valdir Cobalchini foi um dos membros da Alesc mais atuantes em favor do Governo do Estado e do governador Carlos Moisés (Republicanos) e hoje é visto como um nome forte dentro do MDB catarinense.
Já na reunião da CCJ da última quinta-feira, 30, o deputado federal fala que está “um tanto quanto assustado, constrangido e envergonhado porque parece que não se concluiu o processo eleitoral. Quem perdeu tem que absorver o resultado e quem ganhou tem que ajudar a pacificar esse Brasil”.
“Já não tratamos da pauta na semana passada… nós temos que tratar da pauta, falar sobre a pauta… na semana passada foi assim, agora também assim. Precisamos dar o exemplo para quem está nos vendo senhor presidente”, finalizou Cobalchini.
No comentário do vídeo que ele postou no Instagram sobre o assunto, ele diz que por duas vezes seguida os deputados da CCJ deixaram de votar projetos que estavam na pauta para trocar ofensas.
Coincidentemente Valdir Cobalchini iniciou sua carreira política, na década de 1980, em Brasília atuando no gabinete do então Senador da República, Casildo Maldaner (PMDB).
O que é a CCJ
A Comissão de Constituição e Justiça é a mais importante das casas legislativas do Brasil, pois ali passam todos os projetos de lei que são analisados para verem se são ou não constitucionais para depois seguirem o trâmite até a votação final, no plenário.
A CCJ da Câmara dos Deputados, em Brasília, é composta por 66 deputados titulares e 62 deputados suplentes.
Além de Valdir Cobalchini, Santa Catarina tem nessa comissão as deputadas Caroline de Toni (PL) e Júlia Zanatta (PL) e o deputado Jorge Goetten (PL) como membros titulares e Ana Paula Lima (PT) e Gilson Marques (Novo) como suplentes.
Até o fim de março, a CCJ, que é presidida pelo deputado Rui Falcão (PT-SP), já realizou 5 reuniões onde foram aprovados 33 projetos de lei e 3 acabaram rejeitados.
