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MPSC quer saber a fonte usada pela jornalista da Folha de São Paulo para associar o nazismo com SC

Já há um inquérito instaurado pelo Ministério Público de Santa Catarina na esfera criminal e um inquérito policial correndo na delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância para investigar o caso do texto publicado pela colunista Giovana Madalosso na Folha de São Paulo, mas a 40ª Promotoria de Justiça de Florianópolis pediu na última terça-feira, 19, explicações do jornal e da colunista sobre um suposto dano moral coletivo pela publicação que deixou entender que Santa Catarina era um estado nazistas.

A coluna foi publicada no dia 21 de maio deste ano onde ela escreveu que “já havia me contado sobre a existência de uma casa possivelmente exibindo uma saudação nazista, mas eu não botei muita fé. Quer dizer, conhecendo bem o estado e sabendo que 69% de seu eleitorado votou em um fascista, até botei, mas achei que era coisa discreta, furtiva”.

Num outro trecho, Madalosso diz também que “foi no segundo dia, que o telhado despontou ao acaso, rompendo a serenidade do céu azul. Lá estava a palavra HEIL, escrita com telhas, grande e destacada o bastante para ser lida a distância. Meus enteados, de 14 e 18 anos, perguntaram se aquilo era de fato uma alusão ao nazismo. Expliquei que possivelmente, já que Heil, Hitler (Salve, Hitler) era uma conhecida saudação nazista, familiar a todos que falam alemão e aos que sabem um pouco mais sobre a Segunda Guerra”.

O promotor Jádel da Silva Júnior pede, no prazo de 15 dias, para que Roberto Dias, que é o secretário de Redação da Folha de São Paulo, e para a própria colunista Giovana Madalosso uma justificativa de onde extraiu aquelas informações publicadas e que também indique as fontes que acabaram embasando o seu texto.

No dia 27 de maio, dias depois da coluna ter ido para o ar, a Folha de São Paulo publicou um outro texto com a manchete dizendo “Folha errou ao associar propriedade de SC ao nazismo”.

O texto disse que “neste caso, no entanto, a palavra “heil” é uma referência ao sobrenome da família dona da propriedade. É incorreto, portanto, fazer referência a essas estruturas como “telhas arianas”, como escreveu a colunista Giovana Madalosso. A falta de uma rigorosa checagem de dados, conforme recomenda o Manual da Redação, levou ao erro cometido pelo jornal. Heil é um sobrenome conhecido no estado, principalmente na cidade de Brusque, onde vive a família Heil, que tem propriedades em Urubici, cidade a cerca de 170 km de Florianópolis”.

Na época, o caso tomou repercussão nacional e causou uma revolta entre os políticos catarinenses, fazendo até com que o governador Jorginho Mello (PL) publicasse uma carta repudiando o texto da Folha de São Paulo.

Num trecho, o governador disse que “parece que estamos incomodando. Vez ou outra tem alguém falando mal, colocando rótulo, inventando história. Quando é comigo eu fico bravo, mas deixo passar. Sei que homem público está sujeito a essas coisas, e desde os 18 anos estou na política. Agora, quando falam mentiras sobre o povo catarinense, é minha obrigação sair em defesa de vocês”.

O canal do Youtube “OiLuiz TV” chegou a fazer um vídeo comentando o assunto:

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