A Rede Globo comemora 60 anos celebrando que já fez na época analógica quando o meio digital vai dominando a vida de todas as pessoas.
No ônibus, na rua, no supermercado e restaurante e todo lugar a conexão é no streaming.
A Globo trabalha a memória afetiva das pessoas, quando o smartphone não era predominante, e havia tempo para focar imobilizado diante da telinha.
Grandes produções humorísticas, novelas requintadas, jornalismo atuante, excelentes artistas e jornalistas foram diminuindo de qualidade, devido aos custos, e substituídos por contratados por obra, mais baratos e desconhecidos.
A rede da família Marinho ainda domina o mercado brasileiro, mas não é mais unânime. Existe concorrência.
O que em outras palavras é bom para o mercado e para as pessoas que ainda conseguem sentar em um sofá diante da TV.
O revival de 60 anos mostra uma história magnífica, mas é passado. Na entrevista que concedeu ao jornal Zero Hora ontem, 27, o diretor da Globo Amaury Soares falou do que a emissora já fez mas não destacou nada especial para o futuro, a não ser a interatividade que a TV 3.0 ainda permitirá. Algo que se fala há 20 anos e ainda não aconteceu.
É pouco para quem foi a quarta TV mais importante do mundo e que deveria tentar recuperar público com algo que lhe diga mais diretamente.
Seleção
A mediocridade em geral está no ar.
Quando as pessoas são selecionados por uma espécie de cotas e não pelo talento o nível baixa assustadoramente.
Isso acontece em todos os segmentos, em especial na música. Os chamados MCs vindos da periferia mal sabem falar português – ou em geral não falam corretamente – sussurram frases com palavrões e ganham espaço na mídia alternativa.
Além disso qualquer idiota virou influencer e autor de podcast. A maioria não sabe técnica de entrevista e usa seu “produto” como forma de relações públicas ou em busca de receita.
Espaço

A perda de espaço atinge todos os segmentos da mídia.
E a inteligência artificial vai chegando aos poucos e decididamente.
Na Austrália, a rádio CADA, do grupo Australian Radio Network, usa uma apresentadora gerada por inteligência artificial por seis meses sem avisar os ouvinte. A “moça” ,chamada Thy, tinha até foto no portal da emissora.
Só não tinha mais detalhes sobre a história dela, o que levou uma escritora ouvinte a questionar a apresentadora.
A direção então teve que admitir a trapaça.
A atuação de Thy passou sem chamar grande atração, a não ser que repetia certas expressões nas quatro horas em que ”atuava” por dia.
Laranja

O jogador holandês Johan Cruyff faria 78 anos e recebeu uma homenagem do Globo Esporte. Foi bem legal essa lembrança.
Cruyff foi o líder da seleção laranja mecânica vice campeão de 1974, a mais espetacular que vi jogar.
Livro

Está em fase final de impressão o livro de Roberto Alves: “Arrombassi, histórias e estórias”. Deve ser lançado em final de maio início de junho.
Exemplo
A imprensa fez cobertura exemplar na mais recente fraude no INSS. Divulgadas das primeiras informações do escândalo, o governo tentou colocar panos quentes e manter todos no cargo.
A mídia, em especial da TV fechada, tratou o assunto exaustivamente até a demissão do presidente do SUS.
Do jeito que vai está difícil manter o responsável maior pela equipe de fraudadores, o ministro da previdência, Carlos Lupi. A imprensa não vai dar Trégua cumprindo uma das missões mais importantes, que é fiscal das atividades públicas.