Como todos já sabem, a Operação Presságio, que iniciou lá em janeiro, prendeu nesta manhã o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Ed Pereira; o ex-diretor da Fundação Franklin Cascaes, Renê Raul Justino; e mais um prestador de serviço de Balneário Camboriú.
A Polícia Civil, que foi quem efetuou as prisões, ainda não se manifestou, mas há outros mandados de busca e apreensão que serão cumpridos ainda nesta manhã em Florianópolis.
A operação, que investiga crime ambiental de poluição; fraude em licitação; corrupção passiva e corrupção ativa; associação criminosa e lavagem de dinheiro, também incluiu a esposa de Ed, Samantha Brose, nas investigações, pois foram encontrados na conta dela movimentações financeiras suspeitas.
Segundo a justiça, apesar de ela possuir uma renda próxima a um salário-mínimo, foram identificados R$ 324.745,17 em transações durante o período sob investigação, iniciado em 2021.
Outro ponto relevante são os 55 depósitos em dinheiro vivo na conta de Samantha, totalizando R$ 90.560,00. Alguns desses depósitos coincidem com saques realizados em Florianópolis pelo advogado Andrey Cavalcante de Carvalho, também alvo da operação.
ERA SÓ UM CRIME AMBIENTAL
Todo o caso aconteceu durante a administração do ex-prefeito Gean Loureiro (UB). Em 2021, durante uma greve da Comcap, teve início uma investigação de crime ambiental, pois estavam sendo levados para a Passarela Nego Quirido todo o lixo recolhido pela empresa Amazon Fort.
A empresa foi contratada emergencialmente para aquele momento, mas acabou ficando mais dois anos prestando serviço para a Prefeitura de Florianópolis com o mesmo contrato emergencial.
Nas investigações, a Polícia Civil encontrou indícios de outras supostas irregularidades em contratos públicos e repasses de dinheiro, que envolveram empresários, secretários de Florianópolis e servidores públicos, além de empresas e organizações, como a Amazon Fort e o Instituto Bem Possível.
Fato é que a Justiça começa a desenrolar esse caso que promete ainda muitas surpresas até o seu desfecho. Politicamente, esse caso atinge em cheio o União Brasil da Capital e o ex-prefeito Gean.
Ed até foi cogitado para ser o vice de Topázio Neto (PSD) nas eleições municipais deste ano, mas com as investigações em curso, o prefeito de Florianópolis descartou o nome dele e já demonstra até um afastamento com Loureiro, que meses atrás foi anunciado como um dos coordenadores de campanha de Topázio.
Topázio tende a se afastar também do deputado estadual Júlio Garcia (PSD) e cada dia que passa fica mais próximo do governador Jorginho Mello, que preside o PL e vai indicar o vice na chapa de releição do prefeito da Capital.
