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O Brasil não é um país para amadores

O principal assunto do domingo foi a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal por parte de manifestantes de direita que ainda não aceitaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

O que aconteceu nesse fim de semana logo me remeteu os tempos da ditadura, lá na década de 60, onde os revolucionários armavam estrategicamente invasões usando a população como desvio de foco.

A direita é composta por militares treinados para a guerra e a esquerda tem na sua cúpula muita gente que aprendeu com as forças militares revolucionárias as técnicas mais eficazes para o combate da direita.

Em nenhum país do mundo consegue-se invadir os prédios dos três poderes sem que haja a conivência de muitos setores governamentais. Eu não tenho dúvida que, infiltrados nessa massa de manobra, teve gente bem treinada para buscar documentos importante em gabinetes de ministros e de políticos que, no futuro, possam ser usados de alguma forma.

Como que nenhuma força de segurança do Brasil identificou ou interceptou qualquer indício que essa manifestação ia ocorrer no domingo? Como membros do governo sequer imaginaram que os manifestantes pudessem cometer tal ato sem que ninguém estivesse monitorando?

Na verdade, tudo que antecedeu as manifestação é muito estranho. O próprio decreto de intervenção de Brasília assinado pelo presidente Lula já dá a noção do tamanho do problema que esse ato, muito bem planejado e com êxito, pode causar para as instituições.

Todas as punições contra os manifestantes daqui para frente é mera perfumaria, pois as forças de segurança do Governo vão se ater verdadeiramente ao que aconteceu nos bastidores para saber quem realmente agiu contra o novo governo do PT.

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) já disse que sabia-se da movimentação de alguns ônibus na Explanada dos Ministérios, mas não tinha-se nenhum motivo para barra-los. Para o ministro, o ato do domingo foi uma tentativa de golpe de estado, mas na verdade foi muito mais um aviso para as forças que ajudaram a eleger Lula do que efetivamente uma tomada de poder pela força.

Sem dúvida que essa briga entre direita e esquerda não termina aqui e vão ocorrer outras ações, de ambos os lados, que tentarão enfraquecer o inimigo. O maior problema é que as pessoas que cegamente seguem as duas alas é que vão pagar o maior preço, pois são usadas como massa de manobra para esconder o verdadeiro objetivo dessa disputa.

É melhor o brasileiro ficar de olho bem aberto, pois estamos trilhando um futuro muito nebuloso e com muitas dificuldades por conta de uma guerra política que só atinge a base da pirâmide populacional.

A primeira instituição que tem a obrigação de agir é o próprio STF. Mesmo tendo sido politizado pelos presidentes da República, tem a obrigação de despir-se da camiseta partidária e voltar a agir de forma legal e moral.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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