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O MDB de Santa Catarina está entre a cruz e a espada

Desde o ano de 2002 o MDB faz parte da base do Governo do Estado de Santa Catarina, mas agora está num dilema, pois indicou o deputado estadual Jerry Comper para a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do Estado, mas discorda da perseguição feita a administração do ex-governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos).

O MDB, junto com o deputado estadual Júlio Garcia (PSD), praticamente salvaram Moisés do segundo processo de impeachment em 2021 e acabaram tendo muita influência nas decisões de governo, ocupando secretarias, e também servindo de base de apoio na Assembleia Legislativa.

Então, qualquer crítica feita ao governo de Moisés, recai também no MDB catarinense e isso tem incomodado membros do partido que se sentem desconfortáveis com a cobrança do atual governo.

Hoje a relação entre Jorginho Mello (PL) e o MDB de Santa Catarina é meramente protocolar, pois o partido ainda é o maior do Estado, tem o maior número de prefeitos e tem o comando da Alesc com o deputado Mauro de Nadal.

O MDB comanda aqui no Estado 96 prefeituras e o PL tem o planejamento de eleger em 2024 100 prefeitos. Se isso acontecer, muito provavelmente os Liberais passam os Emedebistas e se tornam o partido mais forte dentro de Santa Catarina.

As eleições de 2024 terão grande influência no pleito de 2026 e o MDB não quer, mais uma vez, ficar como coadjuvante na próxima disputa pelo Governo do Estado.

Então o partido tem apenas dois caminhos: ficar com Jorginho Mello e indicar o seu vice em 2026 para, em 2030, indicar o sucessor do atual governador com o apoio da máquina estadual ou abrir mão dos cargos no governo de Jorginho e lançar um nome que seja capaz de, no mínimo, chegar no segundo daquela eleição.

É certo que Jorginho Mello estará nessa disputa e que, por conta do atual cenário político nacional, Décio Lima (PT) também deva estar. Gean Loureiro (UB) já trabalha para estar lá novamente em 2026 e o Partido Novo, para tentar recuperar o espaço perdido em 2022, deve também ter candidatura própria.

Com isso, a disputa será muito difícil, mas o MDB, se quiser se manter forte em Santa Catarina, terá que arriscar tudo nas duas próximas eleições para não acabar no mesmo limbo do PSDB e do PP, que hoje já sentem os efeitos das escolhas erradas dos últimos anos.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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