Portal Making Of

Trotes e curiosos atrapalharam o atendimento da polícia no ataque da creche de Blumenau

O deputado estadual Egídio Ferrari (PTB), que também é delegado de Polícia licenciado no Vale do Itajaí, estava reunido com outros policiais civis em Blumenau quando receberam a informação que o motoboy havia atacado a creche Cantinho bom Pastor.

Na entrevista dada na quinta-feira, 6, para o jornalista Emanuel Soares, da rádio Jovem Pan News Floripa, ele contou que foi um dos primeiros a chegar no local após o ataque e que se deparou com uma situação lamentável, não só por ver as crianças no pátio, mas também por presenciar o desespero dos pais que vieram buscar seus filhos.

Mas teve duas situações, segundo Egídio Ferrari, que atrapalharam muito o trabalho da Polícia Civil e Militar no dia da tragédia.

Primeiro foi a propagação de boatos via aplicativos de conversa, que davam conta de outros ataques em escolas de Blumenau e Gaspar. “Rolavam mensagens de whatsapp que a escola onde meus filhos estudam também estaria na lista daquelas que seriam possivelmente atacadas, mas nada disso se confirmou”.

De acordo com o deputado, tudo isso se tratava apenas de notícias falsas, de boatos que atrapalhou muito o trabalho da Polícia porque várias viaturas que estavam atendendo o atentado na creche tinham que sair do local para averiguar essas denúncias falsas.

“Aí imagina a imprensa fazendo a cobertura, saem viaturas em disparada, as mensagens rolando, ou seja, parece verídico… isso foi tomando um corpo que foi difícil, levamos algumas horas para explicar, pra dizer calma”, enfatizou o delegado.

Ele disse também que a sua esposa foi buscar os filhos na escola e ela relatou que os outros pais corriam em direção a escola, mas nada estava acontecendo. “Parecia aquele efeito manada sabe, quando você vê uma pessoa correndo, a segunda corre, a terceira vê a segunda, enfim, e aí começa a correr de forma desesperada”.

Outro problema que aconteceu no lugar do ataque do motoboy, foram os curiosos que se debruçavam pelo mudo da creche para tirar fotos dos corpos, que ainda estavam no pátio a espera da Polícia Científica.

“Você imagina que, para fazer a retirada dos corpos daquelas crianças, nós tivemos que pedir emprestado uma tenda, uma lona, pra colocar em volta para a perpicia poder fazer o trabalho, que é indispensável para a responsabilização desse monstro. Então você imagina que foi preciso colocar lonas porque as pessoas se aglomeravam por cima para quererem bater foto e depois encaminhar isso via mensagem”, finalizou.

MAIS CASOS NO DIA SEGUINTE

Na tarde de quinta-feira, 6, a Guarda Municipal de Chapecó foi obrigada a lançar um comunicado dizendo que era improcedente a informação divulgada em áudio de que um veículo suspeito estaria rondando uma escola particular do município.

Segundo o subcomandante da Guarda, Luiz Stobe, não houve nenhuma situação nesse sentido e a recomendação é de que as pessoas não compartilhem informações não checadas por fontes oficiais e a orientação é buscar fontes confiáveis.

EVITARAM OUTRA TRAGÉDIA

Também na tarde de quinta-feira a Polícia Civil de Indaial, cidade vizinha a Blumenau, apreende um smartphone, um computador, notebook e um PS4 de um adolescente que enviou mensagens ameaçadoras para um colega de classe que relatava que ele iria praticar atentado contra os professores, colegas e a “quem estivesse no lugar errado”.

Junto com os pais, ele foi ouvido na Delegacia da cidade e confirmou a intenção de cometer um atentado e depois, se suicidar. Segundo o depoimento dele, o motivo seria porque ele sentia excluído na escola.

Depois de ser ouvido pelo Delegado, o rapaz foi liberado, mas seus pais terão que leva-lo no juizado da Criança e Adolescente.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Leia mais