Quantos sítios de Atibaia ou triplex do Guarujá cabem em uma única caixa de joias? A pergunta serve para ilustrar claramente o “diga-me a quem idolatras que te digo o quanto vais passar pano para as ilegalidades que acontecem no Brasil”. As joias sauditas que entraram no Brasil são mais um capítulo desta trágica história que divide o país. A tentativa de burlar as normas na alfândega levaram a apreensão das joias doadas a Michelle Bolsonaro, esposa do então Presidente Jair Bolsonaro (PL); as joias não foram declaradas e os impostos correspondentes não foram recolhidos. Já as joias destinadas ao Presidente também não foram declaradas a Receita Federal, mas passaram despercebidas e agora a Polícia Federal investiga se foram lançadas como patrimônio pessoal de Bolsonaro. Para todos que primam pela transparência e são contra a corrupção é bom resgatar um trecho de uma acusação feita por Ciro Gomes (PDT) durante a campanha eleitoral diretamente a Bolsonaro, observando que Ciro não foi processado por causa dessa afirmação: “Você [Bolsonaro] vendeu a Landulpho Alves por metade do preço para um fundo obscuro dos Emirados Árabes. Se vendeu pela metade do preço, alguém ganhou e o povo brasileiro perdeu. Aí tem!”.
Mais por menos. Os políticos catarinenses continuam fazendo por Bolsonaro muito mais do que ele próprio fez por Santa Catarina nos quatro anos que esteve na Presidência da República. Sem ter inaugurado nenhuma obra de relevância no Estado, o ex-Presidente segue em alta por aqui. Desta vez foi Jair Renan Bolsonaro, o filho caçula do ex-presidente, que foi nomeado pelo Senador Jorge Seif (PL) em seu gabinete em Brasília. De um lado a gratidão do Senador por ter se eleito na onda bolsonarista que ainda cobre o Estado, mas por outro o grande desafio da representatividade para os dois “desconhecidos” na história política catarinense. Resta saber qual o peso que tende na balança de ambos: o futuro de Santa Catarina ou a idolatria por Bolsonaro.
