Reeleito com o triplo de votos que teve em 2018, o deputado estadual Ivan Naatz (PL), que hoje é o líder da bancada de oposição ao governo Moisés, adiantou que irá propor para os parlamentares da nova legislatura, no início de 2023, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para, segundo ele, “passar a limpo as contas da Celesc”.
Ele voltou a criticar e cobrar maior transparência do Governo Estadual na Celesc, pois como tem o controle acionário da empresa pode indicar pessoas próximas para os cargos estratégicos da direção.
“É preocupante, segundo informações recebidas, o fato de a direção da empresa convocar, de forma sigilosa e no apagar das luzes do mandato do governador Carlos Moisés, uma reunião extraordinária e urgente do Conselho de Administração e uma assembleia dos acionistas para aprovar aumento do percentual de dividendos a ser distribuído até 2027”, declarou Naatz.
Segundo o deputado, outro documento interno da empresa dá conta da aprovação de um novo plano gerencial garantindo a incorporação de gratificação de chefias beneficiando os cerca de 500 gerentes setoriais e com grande impacto financeiro nas contas da companhia.
“Há preocupação dos funcionários de que tais movimentações podem ser direcionadas politicamente para beneficiar determinados grupos de amigos do atual governo e que podem comprometer a gestão fiscal do próximo governador”, alertou Ivan Naatz.
Naatz considera que, além destes casos citados, há ainda que se dar transparência na questão do aumento gradativo dos lucros da empresa e sua distribuição de forma não igualitária entre os diretores, indicados politicamente, e os funcionários.
Ele salienta que os diretores recebem a multiplicação de salário por seis enquanto os servidores, em média, recebem o salário multiplicado apenas por 1.6.
“Além disso, é preciso esclarecer porque, mesmo diante de sucessivos lucros milionários, crescem as reclamações em diversas regiões do Estado, da falta de investimento da Celesc na ampliação da rede trifásica de energia impedindo a expansão empresarial e de novos empreendimentos”, conclui o deputado estadual.
Ivan Naatz foi proponente e relator da polêmica CPI dos Respiradores, em 2020, que investigou a compra do Governo de Santa Catarina dos 200 respiradores, pagos de forma adiantada, por R$ 33 milhões e sem garantia de entrega.
