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Folião não é bandido

Foto: Carnaval em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis / SC / Crédito: Janine Alves.

Após dois longos anos sem a festa mais popular do planeta, o carnaval de Florianópolis proporcionou momentos de grande alegria, mas como nem tudo são flores, para garantir o toque de recolher e dispersar as pessoas, quem deveria garantir a segurança da festa e dos foliões foi diretamente responsável por momentos de violência.

Fortemente armados! Um vídeo feito em Santo Antônio de Lisboa, também na Capital, mostra o uso da força policial para dispersar os foliões na primeira noite da festa. Para dispersar a multidão, as forças de segurança lançaram bombas de efeito moral, gás de pimenta e golpes de cassetete sobre os foliões. Lamentável! Mas quem autorizou o uso da força?

Foto: Força policial na Av. Hercílio Luz -Centro de Florianópolis no Carnaval / crédito: acervo pessoal.

Folião não é bandido. O Carnaval é marketing positivo para a cidade (ou não neste caso). Imagina receber um telefonema de seu filho ou filha durante a folia, com o texto embargado pelo medo de ser alvo da violência daqueles que deveriam garantir a segurança: – vem me buscar, a polícia chegou e eles vão nos bater. A mensagem veio acompanhada de uma foto de policiais fortemente armados e o relato de agressão a um folião que passava no local. Uma inversão de valores que desperta o medo daqueles que deveriam ser a fonte de segurança, mas se vestem de truculência. São seres humanos dos dois lados, mas um deles está com o fuzil na mão. Situações como esta colocam em xeque o marketing positivo que se busca para a cidade e para o Carnaval.

Toque de recolher. Interromper a festa a meia-noite no entorno da Av. Hercílio Luz – no Centro, por exemplo, é uma ação concreta para conciliar os interesses do folião em se divertir no Carnaval e das pessoas que moram no local onde a festa acontece, mas também para conter a incidência de violência que geralmente é maior a partir desse horário, pelo abuso do álcool diante dos oportunistas de plantão. E isso deve ser comunicado exaustivamente a população.

Pacto pelo Carnaval. A Prefeitura, a guarda municipal e a Polícia Militar devem usar da inteligência e não da força para dispersar os foliões. Até porque, segundo a Constituição (artigo 5º, XV) Declaração dos Direitos Humanos da ONU, assinada em 1948, os foliões são cidadãos com o direito de ir e vir. A tendência é que os foliões sempre queiram mais uma música ou mais uma cerveja, mas a obediência ao toque de recolher pode ser para o bem de todos. É necessário esclarecer exaustivamente os motivos da restrição de horários do Carnaval para a criação de um pacto social. A festa, que termina mais cedo, também deve começar mais cedo. Uma noite de sono bem aproveitada, também soma para a folia no dia seguinte. O medo precisa dar lugar ao respeito de ambos os lados. Afinal, o carnaval movimenta a vida das pessoas, mas também a economia.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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