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Jorginho Mello cedeu a pressão e mostrou que a Fesporte é um cabide de emprego

Desde o início do seu governo, em janeiro de 2023, o governador Jorginho Mello (PL) fez muitas promessas para os esportistas catarinenses.

Nomeou o ex-atleta olímpico de vôlei, Paulão, para a presidência da Fesporte, mas preferiu aceitar a pressão do deputado estadual Fernando Krelling (MDB), que tinha se desentendido com Paulão numa audiência pública, para não criar um clima ruim com a Assembleia Legislativa.

Com a mudança do comando, o governador nomeou o Coronel Freibergue Ruben do Nascimento, que é o namorado da deputada federal Daniela Reinehr (PL), para comandar o esporte de Santa Catarina.

Também deu problema, pois Freibergue tomou algumas decisões que desagradaram o pessoal do esporte e alguns políticos numa competição em Blumenau, onde até arbitro faltou pela falta de pagamento.

A gota d´água foi quando o governador teve que intervir quando Freibergue tirou de Chapecó a edição de 2025 dos Jogos Abertos e determinou que ela iria ocorrer em Lages. Tiveram que novamente dar para Chapecó a competição para não criar um grande problema político.

Agora, em 2025, o governador precisava do cargo de Freibergue para fechar o acordo com o MDB e deu a incumbência para o mesmo Fernando Krelling indicar o presidente da Fesporte.

Krelling indicou o advogado Vinicius Guilherme Bion, mas a ala radical bolsonarista do PL pressionou Jorginho Mello porque descobriu-se que Vinicius trabalha no escritório de advocacia do também advogado Prudente Mello, que segundo membros do PL, “é um petista de carteirinha”.

Na quarta-feira à noite a nomeação de Vinicius Bion já tinha sido publicada no Diário Oficial, mas diante de alguns fatos colocados pelos bolsonaristas, Jorginho Mello tornou sem efeito a nomeação e pediu para o deputado estadual do MDB indicar outro nome.

Um estado como Santa Catarina, que se destaca em inúmeras modalidades, e precisa de investimento para continuar incentivando a prática esportiva, não pode tratar a Fesporte como um balcão de negócios, onde o presidente troca a cada ano e é escolhido por indicação política e não técnica.

O catarinense não pode aceitar que um governador trate a administração estadual como uma moeda de troca simplesmente para conseguir o apoio desse ou daquele partido. O Governo do Estado tem que ser levado a sério e o pagador de impostos não pode financiar campanhas para políticos se manterem no poder, seja ele quem for.

Já vimos isso na eleição municipal de 2024, onde muita gente ganhou cargo em troca de apoio e outros trocaram de partido única e exclusivamente com a promessa de assumirem postos já pensando numa candidatura em 2026

Nessa briga ideológica da Fesporte ninguém tem razão por que essa Fundação é do catarinense, como o próprio nome diz, e um órgão como esse tem que ter alguém que sequer seja filiado a um partido e indicado por um político justamente para se preocupar apenas com o que o cargo lhe exige.

O MDB não é o único a indicar gente para cargos comissionados no Estado, pois se passar um pente fino nas outras nomeações, veremos muita gente dessa ala bolsonarista do PL em cargos não pela competência, mas sim pelo receio deles se insurgirem contra o governador que quer apenas se reeleger no ano que vem.

 

 

 

 

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