A gente quer ser otimista, mas há muitas conspirações contra. Se ligar no noticiário da TV, então, fica muito complicado.
Surge a cobertura da guerra ao vivo Israel/Hamas e aquela tristeza das pessoas mortas, ou sem água, sem comida, sem luz, sem internet.
O passo seguinte, a invasão completa, é anunciada diariamente. Mais mortos.
E os mais de 200 reféns escondidos em túneis embaixo de hospitais e edifícios residenciais ( os que sobraram). Até quando estarão vivos?
Anunciam que a guerra será longa e sangrenta.
Sangram jornalistas também: 14 já morreram. Não faltam dramas como do repórter da tv árabe Al Jazeera,
Waeel Al Dahdouh, que perdeu esposa, dois filhos e neto em bombardeio nesta semana. E 24 horas depois, voltou ao ar para transmitir o horror dos outros.
O título da CNN internacional diz tudo: “organizações humanitárias dizem que trabalhadores da saúde, pacientes e civis passam a noite em Gaza no escuro e com medo”.
Vouyeurs
Artigo muito interessante de Drew Harwell, no jornal The Washington Post, questiona se não estamos virando voyeuristas do horror, considerando a cobertura que a TV tem feito desde a guerra da Ucrânia e agora Israel/Hamas.
Talvez o termo não seja adequado, mas é fato que as emissoras a cabo investem muitos recursos para cobrir as duas guerras, em especialmente a do Oriente Médio, porque a audiência está interessada no conflito.
As cabos de fato elevam seus índices de audiência, geralmente muito baixos, em conflitos como esse. Como as autoridades israelenses acabam de dizer que a guerra será longa, é possível imaginar que em breve o interesse diminua e o drama da população fique no esquecimento. Aliás, já agora são escassas as imagens de um dos lados do conflito, em Gaza, devido ao bombardeamento dos meios de comunicação.
Mais perto
Notícias pessimistas nos assombram por aqui também.
Grandes sites abrem títulos de matérias de pequenas e grandes tragédias diárias. Do Rio de Janeiro dominado pelas milícias aos feminicídios de norte a sul. Da jovem mãe cantora gospel baiana, Sara Mariano, que viu o marido comprando uma arma, pensou em separar mas deixou o caso nas mãos de Deus. Morreu carbonizada na margem de uma estrada na Bahia.
Faltam notícias que dão esperança. Sobra violência.
Mais perto ainda
Até a chuva não dá trégua. Enfrentamos a quinta onda de mau tempo. Tem gente que mal conseguiu voltar pra casa e já teve que sair de novo.
Enquanto isso, as autoridades aparecem nas fotos liberando recursos, que são insuficientes para evitar novos desastres.
Sobra chuva, falta planejamento.
Chandler
Outra tristeza foi a morte de Matthew Perry (foto), encontrado em uma jacuzzi de sua casa em Los Angeles. O “Chandler”, da série Friends, alegrou muita gente ao redor do mundo nos anos 90. Mas morreu entristecido, sozinho, depois de lutar muitos anos contra o vício em remédios controlados e drogas.
Dizia que estava limpo há 1 ano, depois de gastar 9 milhões de dólares em terapias e tratamentos.
Não há provas até o momento qual o motivo da morte dele.
Em livro de memórias lançado ano passado, Perry dizia que não assistia os episódios de Friends para não lembrar quanta droga havia usado para gravar. Disse que certa vez, em 1 dia de gravações tomou uma garrafa de vodca e 55 comprimidos de OxyCodin.