Por Janine Alves, colunista de economia,
Ministério Público de Santa Catarina abriu investigação para apurar possíveis irregularidades no Decreto nº 27.952/2025, que altera regras do Plano Diretor de Florianópolis sem consulta pública. A medida, que modifica o coeficiente de aproveitamento das construções — ponto central do planejamento urbano —, foi classificada como grave pelos promotores durante reunião com o prefeito Topázio Neto e autoridades municipais. Ao ignorar a obrigatoriedade da participação popular e do trâmite legislativo, a prefeitura afronta princípios constitucionais da transparência e da gestão democrática das cidades, colocando em xeque a legitimidade de mudanças que impactam diretamente o futuro urbano da capital catarinense. O Plano Diretor é também um instrumento essencial de preservação ambiental e mitigação dos efeitos de desastres ambientais e climáticos, e ao ter referências importantes ignoradas, coloca em risco a população de Florianópolis. Neste caso, não adianta fortalecer o efetivo da Defesa Civil para atuação pós-desastre — é fundamental mitigar os efeitos climáticos de forma preventiva e responsável. Priorizar a construção civil e negligenciar aspectos ambientais, de infraestrutura urbana e de mobilidade é o prenúncio do caos.
Florianópolis líder no ranking nacional de inflação. A capital catarinense volta ao centro das atenções no cenário econômico nacional, mas por um motivo preocupante: registrou a maior inflação entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, tanto no acumulado dos últimos 12 meses quanto nos quatro primeiros meses de 2025, com alta de 6,84% — bem acima da média nacional, de 5,53%. Segundo o Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pela Udesc/Esag, a pressão inflacionária atinge principalmente os alimentos, como café, tomate, carnes e chocolate, além de itens de habitação e educação, como materiais de construção, móveis e uniformes escolares. A escalada nos preços afeta diretamente o orçamento das famílias da capital catarinense, elevando o custo de vida em ritmo mais acelerado do que em outras regiões do país.
Florianópolis cai em ranking de desenvolvimento e acende alerta. Enquanto Santa Catarina lidera o país em emprego e renda, Florianópolis vai na contramão e amarga o pior desempenho entre as capitais brasileiras no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2023. A capital catarinense foi a única capital do Brasil a registrar queda no índice de desenvolvimento econômico, despencando do 2º para o 10º lugar em dez anos. A pontuação caiu de 0,7916 para 0,7733, puxada pela piora na educação e nos indicadores de emprego e renda. O dado expõe uma desconexão entre o discurso de cidade modelo em inovação e os retrocessos em áreas estruturantes para o futuro.
A capital do estado mais bem avaliado “ficou para trás”. O contraste é gritante: enquanto 95,9% dos municípios catarinenses têm desenvolvimento econômico considerado alto ou moderado, Florianópolis — vitrine do estado — regride. A queda no IFDM é um sinal claro de que políticas públicas pontuais e discursos sobre tecnologia e empreendedorismo não estão conseguindo reverter os impactos reais da pandemia, da desigualdade e da estagnação em educação. Uma capital não pode viver de marketing: precisa garantir base sólida para seu desenvolvimento — e isso começa com emprego digno, renda estável e educação de qualidade para todos. O discurso pode ganhar notoriedade, mas infelizmente não melhora a vida das pessoas.
Descompasso entre discurso e realidade: Educação municipal em xeque. A nota divulgada pelo Sintrasem expõe o profundo descompasso entre o discurso oficial da Prefeitura de Florianópolis e a realidade enfrentada por profissionais da educação e demais servidores públicos. Ao aprovar estado de greve, os trabalhadores da PMF denunciam a negativa do governo Topázio em atender cláusulas da data-base e apontam práticas recorrentes de terceirização, desvio de função e descumprimento de direitos. Chamam atenção as denúncias sobre a omissão de dados quanto ao atendimento pedagógico e às condições estruturais do ensino integral, além da negativa do pagamento proporcional do piso às auxiliares de sala. A situação escancara uma crise de confiança no diálogo entre governo e servidores, com impactos diretos na qualidade dos serviços oferecidos à população. A nova assembleia está marcada para o dia 22 de maio, quando serão avaliados os próximos passos do movimento.
O cenário é preocupante! Florianópolis, embora figure entre as cidades com maior gasto por aluno (R$ 1 bilhão ao ano), apresenta indicadores abaixo da média nacional em infraestrutura escolar, coordenação e desempenho educacional, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A capital caiu da primeira colocação no Ideb em 2013 para a 10ª entre as capitais.
MP apura abordagem policial contra pessoas em situação de rua em Florianópolis. O Ministério Público de Santa Catarina instaurou procedimentos por meio das 40ª e 42ª Promotorias de Justiça para apurar uma abordagem policial ocorrida na noite de segunda-feira (12/5), em Florianópolis, onde pessoas em situação de rua teriam sido agredidas por policiais militares sob a marquise do INSS, no Centro da cidade. A investigação foi motivada por uma representação acompanhada de vídeo amplamente divulgado nas redes sociais. A 42ª Promotoria requisitou inquérito policial militar, enquanto a 40ª solicitou identificação dos envolvidos, informações sobre as vítimas, medidas adotadas pela PM e explicações da Prefeitura sobre a atuação da força-tarefa DOA.
Santa Catarina lidera crescimento industrial no país no primeiro trimestre de 2025. A produção industrial de Santa Catarina cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, o maior avanço entre todas as unidades federativas e bem acima da média nacional, que foi de 1,9%. De acordo com análise do Observatório FIESC, setores como a fabricação de produtos de metal (com alta de 23,8%) e o de máquinas e equipamentos (com crescimento de 21,4%) puxaram o desempenho, impulsionados pela demanda da construção civil, do agronegócio e pelo aumento das exportações, especialmente de compressores de ar. A produção de veículos automotores também se destacou, com expansão de 14,7%, refletindo o aquecimento nas vendas de veículos novos e o aumento da produção no início do ano.
Alta surpreendente: exportação de carne para os EUA dispara 498%. As vendas de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos saltaram de 8 mil para 48 mil toneladas em abril, um aumento de 498% em relação ao mesmo mês de 2024. Segundo a Abiec, o crescimento surpreende e está ligado à baixa oferta de bois nos EUA, alta demanda interna e competitividade do preço da carne brasileira, mesmo com tarifas. De janeiro a abril, o país já embarcou 135,8 mil toneladas para os americanos — quase cinco vezes mais que no ano passado.
A consequência desse aumento já pesa no bolso do consumidor: Florianópolis, por exemplo, registrou o maior aumento no preço da carne bovina de primeira no país, 1,08%, seguida por 11 outras capitais, informou o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O incentivo ao agronegócio é interno, porém a preferência de venda é externa e em dólar. Lucro para os negócios, gastos extras para os consumidores.
Construtora de Itapema acelera rumo ao mercado internacional no GP de Miami. A CNA Construtora, referência em empreendimentos de alto luxo no litoral de Santa Catarina, estreou sua expansão internacional no mais prestigiado evento da Fórmula 1 mundial: o Grande Prêmio de Miami, realizado entre 2 e 4 de maio. A marca catarinense foi apresentada na Grid House, camarote mais exclusivo do evento, onde destacou as vantagens de investir em Itapema, cidade com o segundo metro quadrado mais valorizado do Brasil, segundo o FipeZAP. Com acabamento refinado, padrão superior de qualidade e empreendimento à beira-mar que aliam conforto e sofisticação, a CNA busca atrair investidores internacionais e consolidar a imagem de Santa Catarina como destino de alto padrão para viver e investir.
Lucas Schweitzer aposta na educação empreendedora para transformar vidas. Às vésperas da 11ª edição do Empreende Brazil Conference, que ocorre nos dias 23 e 24 de maio na Arena Opus, em São José (SC), o empreendedor Lucas Schweitzer reforça sua crença no poder da educação empreendedora como ferramenta de transformação pessoal e profissional. Idealizador do evento que se consolidou como a maior imersão de empreendedorismo da América Latina, Lucas reúne nomes de peso como Carlos Wizard, João Branco, Marcus Marques, Joel Jota, Luana Génot e Rodrigo Faro para debater inovação, gestão, liderança e propósito. Para ele, o empreendedorismo vai além dos negócios: é uma atitude de vida capaz de superar barreiras e criar oportunidades. A programação completa está disponível em www.empreendebrazil.com.br.
|PONTO DE CORTE|
📈 O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (13) com alta de 1,74%, atingindo 138.940 pontos — novo recorde. O índice superou a marca anterior de 137.343 pontos, registrada em 28 de agosto de 2024.
💵 A cotação do dólar caiu 1,34% nesta terça-feira (13), fechando a R$ 5,60, o menor valor registrado nos últimos sete meses. A valorização do real reflete o otimismo do mercado e o desempenho positivo da Bolsa.
📉O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12) apontou a quarta queda seguida na projeção da inflação para 2025, com o IPCA estimado em 5,51%. A expectativa para 2026 também recuou, chegando a 4,5%, exatamente no teto da meta estabelecida pelo Banco Central. As previsões para o dólar também caíram, enquanto as estimativas para o PIB e a taxa Selic foram mantidas.
💼 O rendimento médio do trabalho chegou a R$ 3.225 em 2024. Somando todas as fontes, o rendimento médio mensal dos brasileiros alcançou R$ 3.057.
💰 O valor médio dos benefícios sociais pagos aos brasileiros bateu recorde: R$ 836, impulsionado pelo fortalecimento de programas como o Bolsa Família.
💸 A massa de rendimentos do trabalho atingiu R$ 328,6 bilhões por mês em 2024 — o maior volume já registrado.
📈 Segundo o IBGE, 66,1% da população com 14 anos ou mais possui algum tipo de rendimento, indicando maior inclusão econômica.
👩👧 Segundo o Censo 2022, quase 50% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, e 3 em cada 10 são liderados por mães solo. Além de sustentarem suas famílias, elas também acumulam a maior parte do trabalho doméstico e dos cuidados não remunerados.
📉 O Brasil registrou, em 2023, 21,2 homicídios por 100 mil habitantes, o menor índice desde 2012. A queda é de cerca de 30% em relação ao pico de 2017.
⚠️ Entre 2022 e 2023, as notificações de violência contra crianças e adolescentes aumentaram 36,2%, segundo o Atlas da Violência 2025.
🚨 Os homicídios de mulheres subiram 2,5% em 2023. A violência doméstica cresceu 22,7%, revelando um cenário alarmante para a segurança das mulheres no país.
🔎 Apesar da queda na taxa geral de homicídios, o Brasil ainda enfrenta graves desigualdades regionais e vulnerabilidade de grupos específicos, como mulheres, crianças e adolescentes.
