O dólar comercial apresentou uma trajetória volátil no último mês, com destaque para o pico de R$6,267, registrado em 18 de dezembro de 2024, e uma desvalorização gradual até fechar em R$6,041 no dia 9 de janeiro de 2025. Essa queda de 1,11% no período reflete tanto fatores externos quanto movimentos internos da economia brasileira.
A máxima alcançada em dezembro foi impulsionada por uma combinação de incertezas globais e preocupações locais. No cenário internacional, a política monetária do Federal Reserve (Fed) continuou gerando tensão nos mercados. A expectativa de juros elevados nos Estados Unidos aumentou a procura pela moeda americana, valorizando-a globalmente.
No Brasil, o clima de apreensão foi alimentado pelas dúvidas sobre os ajustes fiscais previstos para 2025 e os impactos de medidas tributárias. Essas incertezas aumentaram a aversão ao risco, pressionando o câmbio e elevando a cotação do dólar, e fizeram o mercado ignorar os resultados positivos da economia, com o crescimento do PIB superando os 3,5%, o menor índice de inflação dos últimos 3 anos – embora ainda acima da meta, emprego recorde, exportações robustas, etc. A especulação e as expectativas parecem dar uma trégua ao dólar, enquanto as atenções se voltam a uma nova campanha de desinformação, mas isso é assunto para outra matéria.
Queda e recuperação gradativa
Após o pico registrado em dezembro, o dólar iniciou um movimento de queda que culminou no fechamento em R$ 6,041 no dia 9 de janeiro. Essa recuperação foi impulsionada por dois fatores principais: a entrada de capital estrangeiro, estimulada pela valorização das commodities e pela retomada de negociações comerciais, que atraiu investimentos para o Brasil, e o compromisso fiscal demonstrado pelo governo, com declarações da equipe econômica reforçando a importância do equilíbrio das contas públicas, o que ajudou a restaurar parcialmente a confiança do mercado.
O que esperar do dólar em 2025?
Embora o dólar tenha mostrado sinais de desvalorização, a manutenção da cotação acima de R$ 6,00 indica que os desafios econômicos brasileiros permanecem significativos. A taxa de juros elevada e as incertezas fiscais ainda são obstáculos importantes para a valorização do real.
O comportamento futuro do câmbio dependerá da política do Federal Reserve, com uma possível postura mais branda reduzindo a pressão sobre a moeda americana, e de ações fiscais internas. Medidas claras e consistentes para equilibrar as contas públicas serão essenciais para atrair investimentos e estabilizar o mercado cambial.
A variação do dólar no último mês reflete um cenário de incertezas, tanto internas quanto externas. O pico de R$ 6,267 em dezembro foi um alerta sobre a fragilidade econômica do Brasil, enquanto a desvalorização para R$ 6,041 em janeiro oferece uma perspectiva cautelosa de recuperação. No entanto, a estabilidade dependerá de uma combinação de fatores globais e da capacidade do governo brasileiro de implementar políticas econômicas consistentes.