É fato que, hoje, os partidos mais influentes na política nacional são o PT, por ter o Governo Federal em suas mãos, o PP, MDB e o PSD por terem o comando do Centrão e o PL por ser o maior partido na Câmara dos Deputados e ter Jair Bolsonaro polarizando com Lula.
O trabalho do Republicanos nos últimos anos também rendeu frutos e o partido conseguiu eleger o presidente da Câmara, deputado federal Hugo Motta.
Nessa toada, o União Brasil quer entrar nesse grupo seleto e assumir o lugar do PSDB, que definha a cada dia. Com isso, já anunciou o convite para o cantor Gustavo Lima e o influencer Pablo Marçal para que se filiem no partido.
Até que se prove o contrário, o pré-candidato a presidente do UB é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, mas o desempenho nas pesquisas não te animado a cúpula e buscam alternativas para ter a tão sonhada candidatura própria.
Aqui em Santa Catarina, o presidente estadual do União Brasil, deputado federal Fábio Schiochet, colocou em prática o plano de passar nas rádios para mostrar que o partido é contra o Governo Lula, mesmo tendo dois ministérios, e foi buscar um nome no MDB para ser o pré-candidato a governador em 2026.
A bola da vez foi o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB), que já demonstrou que quer o comando do executivo, e tem a imagem que o União Brasil precisa.
O convite feito por Fábio Schiochet a Lunelli aconteceu na sexta-feira, 14, na casa do deputado federal, em Jaraguá do Sul, num longo café da manhã. Antídio não disse que sim, mas também não disse que não e prometeu pensar no assunto.
O problema de Antídio é que ele só poderia sair do MDB agora se o Massa Bruta o liberasse sem exigir o mandato de deputado estadual. Mas se decidir sair, a data legal será a partir de março de 2026, quando abre a janela partidária.
APROVEITANDO A ONDA
Mas todo mundo sabe que o próprio Lunelli não pensa em sair do MDB porque o seu atual partido é o segundo maior de SC e os seus votos vieram justamente da história que tem no MDB. Sem contar que o partido vai entrar no Governo de Jorginho Mello e ele é o nome que o governador Jorginho Mello (PL) quer para ser seu vice nas próximas eleições.
Emedebistas já disseram que ele não troca o partido nem mesmo por este projeto do União Brasil, que em 2022 já mostrou que não tem penetração política junto ao eleitor catarinense e que não há garantia nenhuma que todo esse plano se manterá de pé até 2026.
Mesmo assim, Antídio Lunelli aproveita o convite e a repercussão para valorizar o passe e aumentar a sua influência na executiva estadual. Ele disputou a primeira eleição em 2016, quando se elegeu prefeito de Jaraguá do Sul.
Ganhou publicidade em 2022, quando colocou seu nome na convenção do MDB para a escolha do candidato a governador. Ele perdeu as prévias para Udo Döhler, que foi candidato a vice-governador junto com o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos).
No mesmo ano, se elegeu como o terceiro candidato a deputado estadual mais votado, recebendo 74.500 (1,85%) votos, e agora já pensa em voos mais altos.