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Vacina: saúde pública em segundo plano diante da desinformação e irresponsabilidade política

Foto: Arquivo/Secom

Em meio aos desafios enfrentados pelo país, pelos estados e municípios, alguns governantes insistem em priorizar uma agenda de costumes em detrimento das demandas reais da população. Por aqui o Governador Jorginho Mello e os prefeitos de 31 cidades catarinenses, entre elas cidades como Joinville, Blumenau, Criciúma, Jaraguá do Sul, Brusque, Balneário Camboriú e Florianópolis. Esses políticos seguem a agenda determinada pela desinformação, colocam a saúde de milhares de crianças em xeque, mesmo sendo inconstitucional e infringindo o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

Enquanto o mundo avança, parece que esses gestores, que foram eleitos pelo povo, não defendem o povo, mas ficaram estagnados no tempo, sucumbindo à desinformação. Onde estão os assessores, os secretários de saúde, que permitem que governadores e prefeitos oficializem decretos inconstitucionais e carentes de embasamento técnico/científico sobre vacinação? Há difícil ouvir o que contraria os interesses políticos, mas para o bem da população deveriam fazê-lo.

Embora essas ações possam render votos na base rígida do bolsonarismo mantida pela desinformação, colocam a saúde pública em risco, podendo custar vidas. Talvez seja difícil esperar bom senso e embasamento técnico/científico de políticos em ano eleitoral, mas é crucial que esses valores prevaleçam para garantir um futuro seguro.

As vacinas são patrimônio da saúde global e não devem ser instrumentalizadas para ganhos políticos. Felizmente, a justiça está atenta à irresponsabilidade desses governantes, cassando decretos que contestam a obrigatoriedade da vacinação para estudantes.

A vacinação não é uma questão de cunho político-ideológico, mas tem sido politizada por interesses eleitorais. A responsabilização judicial daqueles que propagam desinformação é urgente, especialmente quando essa desinformação é oficializada em decretos e leis.

Muito trabalho poderia ser poupado se aqueles que influenciam a agenda política, abandonassem a prática de criar decretos baseados em informações falsas e se concentrassem nas necessidades reais da população.

 

Importante:

  • O Ministério Público de Santa Catarina emitiu uma nota afirmando que decretos municipais que excluem a vacina contra Covid-19 do rol de vacinas obrigatórias são inconstitucionais, por afrontarem as legislações estadual e federal, além de contrariar tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
  • O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a vacinação contra a Covid-19 é obrigatória para todos os brasileiros.
  • A Lei Estadual n. 14.949/2009 de Santa Catarina também inclui a vacina contra a Covid-19 no rol das obrigatórias para matrículas e rematrículas.

 

Recomendação:

  • Consulte o site da prefeitura da sua cidade para verificar se há decreto contra a obrigatoriedade da vacina e quais as medidas que estão sendo tomadas.
  • Mantenha-se informado sobre as decisões do MPSC e do STF sobre o tema.
  • Vacine-se e proteja-se contra a Covid-19.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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