Nova modalidade do Governo é atirar com a PEC do Calote e agir em 3 frentes distintas. Além de furar o teto de gastos públicos, dar calote a credores do Estado, o Governo também dará uma bela pedalada fiscal, ou seja, foi autorizado pelo Congresso a fazer um tipo de manobra contábil para cumprir as metas fiscais, fazendo parecer que haveria equilíbrio entre gastos e despesas nas contas públicas. Lembrando que a pedalada fiscal é o mesmo tipo de manobra contábil que tirou a Dilma da Presidência e que contou com o voto favorável ao impeachment (“com direito” a exaltação vergonhosa a um torturador) do então Deputado Jair Bolsonaro, agora será novamente usada pelo próprio e com o abono no Congresso.
Com a desculpa de fazer caixa para o pagamento do Auxilio Brasil e a intenção de se tornar “bolsa eleição”, a PEC vai permitir ao Governo empurrar literalmente com a barriga pelo menos 50 bilhões de despesa fiscal de 2022 para 2023. A bomba está armada no colo do próximo Presidente e o atual Governo joga por terra dois importantes elementos de sustentação para a credibilidade dos investidores: a segurança jurídica e a efetividade das decisões judiciais. Outro pilar da sustentação da credibilidade dos investidores é a própria credibilidade do Presidente e de sua equipe econômica, porém esse pilar está sensivelmente corroído pela gestão desastrosa da pandemia e da economia.
Quando a credibilidade dos investidores cai, a bolsa de valores cai e o dólar sobe. A pressão sobre o dólar gera além de outros aumentos, o aumento dos combustíveis que acabam indexando o preço de produtos e serviços com novos aumentos e nessa bola de neve, a conta vai ser paga por quem não tem nada a ver com essa desorganização administrativa do Governo Federal. A bomba foi armada, mas o tiro pode ser no pé.