Portal Making Of

Cadê o clima de Copa?

Reprodução/Freepik

Aproveitando o gancho da coluna de hoje, 16, do colega Anselmo Prada, sobre a falta de clima de Copa em geral, levantei algumas possibilidades do porquê isso acontece:

  1. A realização no Qatar sem identidade com o futebol, no meio do deserto, sob calor intenso, em época não usual. A escolha desse País se deu sobre forte suspeita de envolvimento financeiro. Porém, se considerarmos os últimos eventos esportivos ligados à FIFA, não é nenhuma novidade;
  2. A contenção de custos da mídia nacional, que reduziu sensivelmente o tamanho das equipes no Qatar. Por essa época, anteriormente, a Globo, por exemplo, já teria um estúdio no país sede cheio de profissionais mostrando a expectativa para a competição;
  3. A seleção brasileira foi convocada apenas uma semana antes do início da Copa e ainda escolheu a fria (mais linda) Torino para treinar. Sai do frio para o calor do deserto. Isso encareceu e reduziu ainda mais a cobertura;
  4. Não existe uma campanha publicitária, nem privada nem de veículo, com um jingle popular como em outros anos (“pra frente Brasil, salve a seleção”, lembram?). Os profissionais como Galvão Bueno foram envolvidos em campanhas privadas menos do que em seus veículos. Isso acabou tirando a empatia popular;
  5. Quanto ao clima geral diferente de outras Copas, tem que considerar também uma reação que ocorreu na Europa, de limitar as fanfests em protesto pelo tratamento que o país sede dá as mulheres. Vários artistas se recusaram a participar da festa de inauguração. Rod Stewart foi um dele. Diz que recusou um cachê de 5 milhões de dólares.
  6. Finalmente, não há torcida ainda nas ruas do Qatar. O que se viu até agora foi o pessoal local vestido com as cores do Brasil fazendo uma suposta batucada na rua. Lembra a final da Copa de 2002 onde o estádio de Yokohama estava lotado de japonesinhos com bandeirolas do Brasil e da Alemanha, a maioria sem entender o que estava vendo.

É óbvio que o clima deve melhorar depois de iniciar a Copa, e passarmos o primeiro gol contra, que é o jogo inaugural Qatar x Equador. Depois, esperamos que o futebol da seleção brasileira motive a todos nós.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Tempos estranhos

Um jornalista que conheço há muitos anos, cuja característica principal é a moderação, disse que sai muito pouco de casa desde o final da eleição.

O dia seguinte

Ao final de uma campanha eleitoral extremamente cansativa, raivosa, com programas no rádio e TV agressivos e posts mentirosos nas redes sociais o mínimo que

Welcome to the jungle

Não foi proposital ficar 15 dias fora do país, mas poderia ter sido e seria uma boa meta. Voltar foi mais impactante do que ter

Na NSC, um debate para esquecer

A NSC TV encerrou melancolicamente o último evento da campanha no segundo turno no debate de ontem à noite, 27. O programa foi engessado em

Porque Moisés perdeu

Carlos Moisés, Republicamos, foi um dos poucos governadores que não foi reeleito ontem, 2, depois de uma gestão austera do Estado, enfrentamento dos passivos e

Mapa derrota Ipec em pesquisa catarinense

O Instituto Mapa de Florianópolis acabou emplacando praticamente os mesmos índices de votação obtidos pelos candidatos na pesquisa oficial do TRE. Já o Ipec, formado

Quem venceu o debate?

O debate da Globo teve de tudo, até discussão de propostas, mas, convenhamos, se fosse somente isso seria uma chatice e não teríamos aguentado até