Portal Making Of

CARNAVAL DE FLORIPA, AS REFLEXÕES DA FOLIA!

Divulgação

Chegamos a quarta-feira de cinzas, com ressaca ou não a vida continua. E se faz necessário pensar um pouco sobre este último carnaval de Floripa, que era muito esperado depois de dois anos represado pela pandemia. Qualquer análise mais profunda, obviamente precisaria de muita discussão e informação, mas me atrevo a deixar algumas impressões no sentido de colaborar para a reflexão. O carnaval deve ser encarado pelos organizadores e dirigentes públicos como o grande evento da alegria, portanto redobrado de cuidados para não frustrar o folião, que deseja extravasar de mil maneiras.

O carnaval deixou algumas frustrações a começar pelo clima, com vento, chuva, frio e sem praia. O sol só deu as caras no último dia de folia. Turistas e moradores tiveram grande dificuldade de inventar programação com tantas intempéries e aí haja paciência e criatividade para substituir os planos e as fantasias, o que acaba gerando aquele clima de tédio e do que eu faço agora. Mas todo mundo acaba dando um jeito e aproveita, porque o clima ninguém controla.

Mas na minha visão, pelo que percebi pessoalmente e pelas informações recebidas e as imagens, a multidão foi às ruas, principalmente no Centro de Florianópolis, onde não se via uma programação de carnaval para todos, cada grupo improvisava a sua festa pelas esquinas, até porque onde havia programação era impossível chegar perto, tamanha a concentração de pessoas. O bom é que todo mundo levou na paz, sem violência e com a maior paciência possível, ainda mais em se tratando de um público muito eclético se esbarrando e procurando espaço. O que me chamou atenção foi a falta de informação  sobre os horários de encerramento do carnaval no centro da cidade, não sei se por falta de interesse do público ou por mais divulgação oficial, o tal toque de recolher, que não foi entendido. E aí uma questão grave, em uma das noites, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que teimava em ficar, mesmo depois de bares, lanchonetes e barracas fechados e o som desligado, em Santo Antônio de Lisboa. A polícia militar poderia ter evitado as imagens constrangedoras e violentas que circularam pela internet do povo se defendendo e fugindo das bombas de gás.

A abordagem policial deveria ser mais sensata, retirar sem violência, mesmo que desafiada pela situação. Estamos falando de segurança no carnaval, portanto o preparo das forças tem que ser ainda melhor usado, porque até quem pode perder o controle, por motivos óbvios, é o folião e ele precisa ser protegido, sempre. No centro da cidade também há registros nas redes sociais de foliões que foram agredidos, tanto pela PM como pela  Guarda Municipal.

A questão dos tapumes para proteger as praças das necessidades fisiológicas e  evitar estragos nas plantas e monumentos funcionou, mas o xixi se espalhou por outros lugares, como muros, prédios e escadarias, uma situação desagradável, causada pela falta de educação e pelo acesso complicado aos banheiros químicos devido a enormidade de filas. E aí um reconhecimento muito especial ao pessoal da Comcap, que como sempre consegue deixar o centro da cidade limpo antes do amanhecer do dia.

O desfile das escolas de samba foi bem fraco, escolas que não conseguiram se preparar, espetáculos duvidosos e bem longe daquilo que um dia foi o carnaval de passarela de Floripa. Argumentos não devem faltar, mas o fato é que o público merecia mais, aliás, grande parte das arquibancadas ficou vazia a noite toda, o que já demonstra certo desinteresse do público. O que deve ser ressaltado e valorizado é a garra dos sambistas, que apesar de todas as dificuldades, lutam para manter a tradição das escolas de samba.

O concurso Pop Gay, agora Pop Day, voltou com tudo, reuniu uma multidão que encarou a chuva e lotou as imediações da Praça da Bandeira, no Centro, na segunda-feira. Foi uma celebração da comunidade LGBTQIA +, cheia de símbolos sobre igualdade, respeito  e liberdade. Bem organizado, cumpriu sua finalidade ao ritmo de muito pop e funk.

Sobre a realização geral do carnaval, gerou muitos rumores as concessões para os serviços de estrutura da organização na passarela e no centro e outras áreas da cidade. Empresas locais, que há anos prestam serviço, ficaram de fora e perderam as licitações para empresas de outros lugares, com valores bem mais altos, segundo fontes ligadas historicamente ao carnaval da cidade. Acho que algum vereador poderia levantar essa questão, apenas a título de transparência e conhecimento público.

Saindo do circuito oficial, mais uma vez o carnaval de Santo Antônio de Lisboa foi o  grande destaque, organizada pela iniciativa privada, com seus camarotes e uma via pública sintonizada naquilo que o carnaval tem de mais especial, a alegria e respeito. Aliás, um carnaval que cresce cada vez mais e vai precisar de atenção para o seu entorno para facilitar a vida do folião. Fica na memória da festa de Santo Antônio as lamentáveis imagens das bombas de gás, que esperamos que nunca mais se repitam, logo no carnaval que é considerado o mais comunitário da capital.

O importante é que o carnaval de Floripa tem grande potencial, o turista vem, o morador gosta e apoia. Mas é necessário pensar no crescimento da festa popular além dos interesses apenas políticos e comerciais. Se o folião tem que pagar conta ou não, é outra questão, mas que pelo menos volte para casa embriagado também pela satisfação de ter participado de uma festa para guardar na memória.

________________________________________

 

OVO DE PÁSCOA GIGANTE BATE RECORDE NO GUINNESS

Foto/DIVULGAÇÃO

Do carnaval à Páscoa, segue o ano e as datas em ritmos cada vez mais frenéticos. Ainda era carnaval quando a cidade de Pomerode, no Alto do Vale do Itajaí, recebeu a equipe do Guinness World Records, para  um desafio: recuperar o título de cidade com o maior ovo de páscoa do mundo. No ano passado a cidade tinha perdido o título para a Espanha e foi atrás da reconquista dando novas dimensões ao ovo gigante.

Conforme a medição oficial, o ovo tem 16.72 metros de altura, o equivalente a um prédio de cinco andares. Já a largura  tem 10,88 metros de circunferência. O trabalho começou em novembro de 2022, envolvendo 10 pessoas, sob a coordenação da artista plástica  especializada em pinturas em porcelana, Joana Wachholz. O ovo traz representações da Kaschuben, região da Pomerânia, que influenciou desenhos usados em cerâmicas e bordados trazidos pelos imigrantes alemães. A obra pode ser vista na Osterfest, que acontece em Pomerode  até o dia 9 de abril.

________________________________________

 

UMA NOVA NOITE NA BROADWAY 

Foto/DIVULGAÇÃO

Depois do sucesso da temporada do ano passado, o espetáculo “Uma Noite na Broadway” volta ao palco do Franz Cabaret, em Florianópolis.

Espetáculo produzido pela Marquee Productions, com direção geral de Rodrigo Marques, conta tem no elenco de cinco cantoras, mais banda ao vivo em um show que perpassa os principais musicais da Broadway, dividido em dois blocos (Burlesco + Clássicos), utilizando de releituras desenvolvidas especialmente para palcos de casas de shows, com música, dança e teatro que envolvem e levam o público ao delírio.

Moulin Rouge, Chicago, Cabaret, Burlesque, Grease, Priscilla Rainha do Deserto, Mamma Mia, Uma Linda Mulher, Tina Turner, Cher, Donna Summer, We Will Rock You e Rock of Ages são alguns dos musicais que fazem parte do show. A Broadway vem para pertinho de você em um show único e cheio de surpresas. No elenco estão as cantoras Amandah Amâncio, Bea Oliveira, Graziela Graciosa Gebler, Milla de Oliveira, Renata Rodrigues e Nick Scalzo, acompanhadas pela banda composta por Narcizo Farias, Diego Nunes e Thiago Bratti.

Anota aí na agenda: dia 25 de fevereiro, a partir das 23 horas, no Franz Cabaret. Imperdível, já assisti e me diverti muito.

Foto/DIVULGAÇÃO

___________________________________________

 

“ENSAIO PARA ALGO QUE NÃO SABEMOS”

Fotos/ CLAUDIO ETGES  e CRISTINO PRIM

Cinco encontros já estão marcados para nova elaboração do projeto “ensaio para algo que não sabemos”. Criado em 2016 como um laboratório permanente de investigação do corpo e movimento, atualmente o coletivo é formado pelas artistas Loren Fischer, Monica Siedler e Karina Collaço.  O trio acaba de lançar convocatória para a residência artística “(re) existência: fracasso é potência” mediada pela pesquisadora e coreógrafa Elke Siedler, que será realizada de 06 a 10 de março, das 13h às 17h, na Galeria de Arte do Mercado Público – em horário aberto ao público, em Florianópolis.

As aulas, divididas em cinco momentos, são destinadas à artistas e estudantes de artes, mulheres cis, trans, travestis e não binárias, acima de 18 anos, pessoas com interesse em criar e compartilhar ações cotidianas que tensionam contextos normativos, potencializando vivências de percepção do corpo e as relações políticas com o ambiente.

O curso, com duração de 20 horas, oferece 15 vagas com pagamento de um cachê para cada participante no valor de 300 reais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no formulário disponível no perfil do projeto @ensaioparalgo até 27 de fevereiro. Ou diretamente pelo link https://forms.gle/c6fx1qz314GbnBK98

_______________________________________

 

E segue a semana, ainda em ritmo lento pós carnaval. Até a próxima quarta.

No instagram @anselmoprada

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais: