Depois de assistir o documentário da Netflix “Esquemas da FIFA” fica claro que nenhuma Copa do Mundo foi realizada sem um rastro de corrupção nos bastidores. A do Qatar, que começou ontem, 20, não é exceção e comprovou com depoimentos muito fortes que no mínimo três delegados africanos receberam 7,5 milhões de dólares para votar favorável ao torneio no deserto. Rolou muito mais para muita gente, segundo o documentário.
Também a polêmica dos direitos humanos no País marcam essa Copa, evidente no boicote de artistas que se negaram a participar da cerimônia inaugural. Apenas o ator Morgan Freeman – regiamente pago – e um artista de K-pop participaram na festa, que tecnologicamente foi irrepreensível, mas desprovida de emoção.
Fala demais
Quem assistiu pela televisão a abertura certamente ficou irritado com os locutores da Globo. Tanto Luís Roberto, na TV aberta, quanto Luiz Carlos Junior, no SporTV, falaram demais, atrapalhando quem tentava entender o que estava acontecendo no campo.
Deu até saudade de Galvão Bueno, que depois da Covid-19, se recuperou e já está no Qatar para narrar os jogos do Brasil.
E sobre locutores, repercutiu muito nas redes sociais no final de semana as reclamações de quem não foi pra lá: Gustavo Villani, em entrevista a um podcast, falou da expectativa frustrada, pois vai narrar jogos assistindo pela TV, na sede da Globo, no Rio. Villani, assim como Cleber Machado, foram vítimas da contenção de custos a escala para o Qatar.
O que ele disse: “Eu vivo dos meus sonhos, eu vivo dos meus projetos pessoais. Eu não vivo apenas do planejamento que a empresa tem para mim, é importante eu sonhar. Por que estou decepcionado porque eu não vou pro Qatar? Porque ao não ir em 2018 era uma pretensão ir para 2022 (…). Eu não sou menino, teve pandemia no meio do caminho. A Globo vai fazer dois terços da Copa do Qatar, no Brasil, eu estou incluído, não estou excluído. O Cléber Machado não vai à Copa, ficaremos aqui dividindo os melhores jogos a serem feitos do Brasil, está tudo bem. Agora, estou put* com a Globo? Não, eu entendo. Tenho discernimento, tem uma pandemia, o câmbio explodiu, é uma Copa cara”. Assista aqui.
Sem graça
As peculiaridades da Copa do deserto já foram destacadas pelos primeiros repórteres que chegaram ao Qatar – a areia, o vento, a praia, os edifícios e estádios magníficos, mas está faltando graça. Falta a alma do torcedor, que talvez comece a aparecer quando as principais seleções entrarem em campo. Convenhamos que, ainda por cima, o jogo inaugural Qatar x Equador é pra desanimar.
A Copa deveria começar com um grande jogo, não beneficiar o país sede – que no caso, não tem identidade com o futebol.
Cresceu
Acompanhando os primeiros movimentos da equipe da NSC no Qatar, foi possível observar no Jornal do Almoço que a apresentadora Duda Dalponte aproveitou muito bem o estágio na Globo. Voltou segura e mais à vontade. E fez ver que, nos mais de dois meses de ausência, a NSC andou sendo substituída com pobreza no Globo Esporte.
E ainda sobre o GE, o espaço local foi capturado pela rede que está gerando programa do Rio, com um apresentador sem graça nenhuma.
Queremos futebol!
Abstraindo todas as outras questões levantadas contra o Qatar, é preciso considerar que a riqueza levou a construir estádios magníficos, com todos os requintes de conforto, incluindo ar condicionado.
Agora, chega de conversa e que venha o futebol a valer.
