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Endividamento: análise e dicas para aliviar a pressão financeira

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O endividamento das famílias brasileiras apresentou um leve recuo em julho, atingindo 78,5%, uma redução de 0,3 ponto percentual em relação a junho, marcando o primeiro declínio desde fevereiro. Apesar dessa leve diminuição, o índice continua elevado, acima do registrado no primeiro trimestre de 2024 e superior ao mesmo período do ano passado, refletindo uma tendência preocupante de persistente endividamento entre as famílias.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas atrasadas manteve-se estável em 28,8%, enquanto 11,9% afirmaram não ter capacidade de pagar suas dívidas, um ligeiro recuo em comparação com meses anteriores. Esse cenário de inadimplência é mais acentuado entre as famílias de menor renda, que enfrentam dificuldades crescentes para honrar seus compromissos financeiros. O principal fator de endividamento é o uso do cartão de crédito, responsável por 86% das dívidas, seguido por carnês, crédito pessoal e financiamentos diversos.

A pesquisa sobre o endividamento em Santa Catarina, realizado pela Fecomércio-SC, mostra que o endividamento das famílias também é significativo, mas com nuances distintas. A taxa de endividamento recuou 2,1 pontos percentuais em julho, atingindo 72,2% das famílias catarinenses. Essa é a quarta queda consecutiva do indicador no ano, e o nível de endividamento está 20,3 pontos percentuais abaixo do maior valor da série histórica, registrado em julho de 2011. A redução foi observada em ambas as faixas de renda, com as famílias que recebem até 10 salários mínimos apresentando uma taxa de 74,5% e as que ganham mais de 10 salários mínimos, 64,3%. Em Santa Catarina, o percentual de famílias que se considera “pouco endividada” aumentou para 36,3%, enquanto o de famílias “muito endividadas” caiu para 15,6%.

A inadimplência em Santa Catarina, embora tenha crescido 0,3 ponto percentual em julho, chegando a 22%, ainda se mantém entre as menores do país. Comparativamente, o estado ocupa a sexta posição com o menor nível de inadimplência, empatando com o Mato Grosso. O tempo médio de atraso no pagamento das dívidas em Santa Catarina é de 60,3 dias, com as famílias de menor renda (até 10 salários mínimos) apresentando um tempo médio de 61,4 dias, enquanto nas famílias de maior renda (acima de 10 salários mínimos), o tempo médio é de 56,3 dias. O cartão de crédito é o principal responsável pelo endividamento no estado, representando 88,8% das dívidas em julho de 2024, o maior valor registrado para o mês desde 2010.

Esses dados mostram que, apesar de uma leve melhora, o endividamento e a inadimplência ainda são preocupantes no Brasil e em Santa Catarina, com desafios maiores para as famílias de baixa renda, que continuam enfrentando dificuldades para equilibrar suas finanças e honrar suas dívidas.

 

 

Pixabay

Dicas para superar o endividamento

O endividamento pode ser um grande desafio, mas com estratégias financeiras bem elaboradas, é possível retomar o controle das finanças e alcançar a estabilidade econômica. Com base nas informações sobre o perfil de endividamento e os principais tipos de dívidas, aqui estão algumas dicas práticas e educativas para vencer o endividamento:

 

  1. Avalie Seu Orçamento: comece por entender a fundo suas receitas e despesas. Liste todas as suas fontes de renda e todos os seus gastos mensais. Isso ajudará a identificar onde seu dinheiro está sendo gasto e quais áreas podem ser ajustadas para liberar recursos para o pagamento das dívidas.
  2. Priorize Suas Dívidas: classifique suas dívidas conforme as taxas de juros e a urgência. Cartões de crédito e cheques especiais geralmente têm taxas de juros mais altas. Foque em pagar essas dívidas primeiro para reduzir o impacto dos juros acumulados.
  3. Negocie com Credores: entre em contato com seus credores para negociar melhores condições de pagamento. Muitas vezes, é possível obter um desconto para pagamentos à vista ou um plano de parcelamento com condições mais favoráveis.
  4. Crie um Plano de Pagamento: estabeleça um plano de pagamento realista. Comece com as dívidas mais caras e vá eliminando uma a uma. Divida seus pagamentos em pequenas metas alcançáveis para manter a motivação.
  5. Corte Gastos Supérfluos: revise seus gastos e identifique onde é possível economizar. Reduzir despesas não essenciais pode liberar mais dinheiro para o pagamento de dívidas. Considere cortar assinaturas, serviços e compras que não são imprescindíveis.
  6. Construa um Fundo de Emergência: Reserve uma parte do seu orçamento para um fundo de emergência. Isso ajudará a evitar que você precise recorrer a crédito em situações imprevistas e permitirá que você mantenha a estabilidade financeira.
  7. Eduque-se Financeiramente: invista tempo em aprender sobre finanças pessoais e gestão de dinheiro. Existem muitos recursos gratuitos, como livros, blogs e cursos online, que podem oferecer conhecimento valioso para manter suas finanças sob controle.
  8. Utilize Tecnologias e Aplicativos: aproveite aplicativos de gerenciamento financeiro para acompanhar suas despesas, criar orçamentos e monitorar o progresso no pagamento das dívidas. Essas ferramentas podem proporcionar uma visão clara e ajudar a manter o controle das suas finanças.
  9. Procure Ajuda Profissional: se o endividamento for severo e difícil de gerenciar sozinho, considere buscar a ajuda de um consultor financeiro ou de uma entidade especializada em educação financeira. Eles podem oferecer orientação personalizada e estratégias para lidar com dívidas de maneira mais eficaz.

 

Lembre-se, a recuperação financeira é um processo gradual e requer paciência e disciplina. Com essas dicas, você pode começar a dar passos importantes em direção à liberdade financeira e criar uma base sólida para um futuro econômico mais estável.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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