Se o Jornalismo fosse um ente, dotado de inteligência e capaz de se autoavaliar, chegaria a este final de ano tentado a fazer perguntas: o que fizeram de mim em 2023 me deixou no mesmo lugar, fui adiante ou retrocedi?
A resposta certamente seria tripla: de tudo um pouco.
Teve gente que ganhou espaço e até agora não sabe o que fazer com ele. É aquele time do “aí”, “né”, dos textos supostamente coloquiais, que confunde o que lhe é importante achando que sua opinião interessa aos outros.
Esses deveriam fazer um curso intensivo de observação e aconselhamento com profissionais de reconhecida competência.
Quem não evoluiu devidamente este ano, ou porque se acomodou ou porque têm dificuldades para remar contra a maré, pelo menos sabe os caminhos. Pode ser alguém ao seu lado. O conhecimento nem sempre está na chefia, mais atrelada à administração, que cada vez mais pauta o editorial.
Há os que ficaram no mesmo lugar. Considerando o ano ruim, pode ser considerada uma vitória.
E de agora em diante?
Aqueles que amordaçam o Jornalismo – e aqueles que se deixam amordaçar – vão acabar facilitando a vida dos que preveem uma nova era sem jornalistas.
Reportagem do “Observatório da Imprensa” relata que em Chicago, Estados Unidos, se desenvolve o projeto “Documenters”, destinado a treinar pessoas comuns na produção de informes de órgãos, empresas, sindicatos e instituições privadas ou públicas de âmbito local.
Diz a reportagem, que o Documenters procura recompor a relação entre jornalistas profissionais e o público, distorcida ao longo dos anos pelo processo de distanciamento entre as redações e as audiências.
O projeto está sendo tocado pela organização não governamental City Bureau e vem sendo acompanhado pelos principais pesquisadores da mídia editorial. Parece distante de nós, mas como as tendências lançadas no primeiro mundo acabam chegando, mais cedo ou mais tarde, não é de duvidar que por aqui também vamos chegar ao Jornalismo sem jornalistas.
Semelhanças
Nesse mundo cheio de influencers digitais, chama a atenção um certo visual padronizado, típico de harmonização facial. Repórteres ficam cada vez mais semelhantes a elas.
Fica fácil constatar em especial na equipe da CNN Brasil.
É só prestar atenção.
AL
Está chegando a fase decisiva do mundial de clubes e como em outros anos, estão lá fazendo escada para os que vão realmente decidir os times árabes e egípcios, identificados pelo artigo “Al.”
São bancados por muitos petrodólares que levam jogadores em fim de carreira para disputar futebol no deserto.
A insistência com esses times medíocres só tem a explicação do dinheiro. E a gente que aguenta a mídia brasileira falando em “al” para cá e “al” para lá.
A guerra continua
Coube a CNN internacional a primazia de entrar no sul da faixa de Gaza para testemunhar de forma independente o outro lado da guerra.
Coube a Clarissa Ward, repórter que desde o início acompanha a guerra Israel/Hamas dar o depoimento que podem ver aqui: