Os atos antidemocráticos que ocorreram ontem, principalmente em Brasília com a ocupação e destruição nos prédios dos Três Poderes, mereceram ampla cobertura das TVs fechadas, tanto na GloboNews como também na CNN. A Jovem Pan também abriu sinal, mas seus comentaristas, como sempre, trataram com panos quentes os invasores e em alguns momentos justificando os protestos.
Já os outros canais não perdoaram e trataram os manifestantes de criminosos e terroristas. A partir de certo momento da tarde, a Globo entrou na cobertura ao vivo, desbancando o Domingo do Huck. Boa parte do tempo funcionou a parceria com a GloboNews, que mobilizou seu grande número de comentaristas.
SBT e Record se ausentaram da cobertura, enquanto a Band fez o que pode mobilizando o sempre presente José Luiz Datena.
Inteligência
Os atos condenáveis perpetrados por pessoas enroladas em bandeiras do Brasil só aconteceram por uma grava falha de inteligência. Qualquer cidadão com acesso às redes sociais sabia que algo de grave estava sendo preparado para ocorrer na Capital Federal, mas não houve preparação para a interrupção das caravanas de invasores. Era óbvio que o então secretário de segurança do DF, Anderson Torres, iria se abster da função, o que fez de maneira acintosa, viajando para Orlando em plena crise.
A intervenção na área de segurança do governo local resolveu rapidamente os episódios de ontem, mas será preciso uma ampla análise de como proceder de agora em diante para evitar que esses movimentos se repitam. Há turbulências previstas em rota, o que exigem um amplo concerto entre os poderes para a saída da crise.
Imprensa
É triste ver que entre tantos fatos lamentáveis estejam jornalistas ocupando espaços na mídia defendendo movimentos golpistas. No nacional, a Jovem Pan News é o maior representante dos golpistas, mantendo comentaristas nos Estados Unidos lançando torpedos incendiários para os manifestantes.
E também na mídia local, com várias manifestações diárias pró-golpe. Ontem, até comentarista de variedades colocou imagens no Instagram nas invasões de Brasília intitulando-as de “cenas de um domingo de verão.”
Por aqui também, aqueles que dirigem a mídia, devem voltar os olhos para o que tem sido falado ou escrito nos seus espaços. Não é hora de abster.
