A entrevista de Lula ontem, 25, no Jornal Nacional se definiu na primeira pergunta, quando William Bonner quis saber sobre corrupção e disse que o candidato não devia nada a ninguém, e ele ao responder, deixou claro que era a primeira chance que tinha ao vivo para falar da Lava Jato. Lula aproveitou todos os 40 minutos para desfilar explicações, jogo de palavras e teses, com bom humor e preparo para responder a tudo como não havia feito “nos últimos cinco anos”.
O posicionamento inicial light de Bonner se repetiu ao longo do programa, como também por Renata Vasconcellos, diferente do formato inquisidor da entrevista com Bolsonaro. Os âncoras certamente foram sensíveis às críticas que receberam no primeiro programa e mudaram de atitude, tratando de assuntos delicados mas com calma. Por causa disso, irão ouvir dos críticos que se posicionaram editorialmente.
Lula foi um showman durante todo o tempo, quando disse que Bolsonaro é um “bobo da corte que não controla orçamento”, que deseja ser presidente para “fazer agora coisas que antes não sabia que poderia”, que “preferia ficar em casa curtindo os louros de ser o melhor presidente do Brasil”, “se eu sei de uma coisa é cuidar do povo”, “o povo tem que voltar a comer um churrasquinho, comer uma picanha e tomar cerveja”.
Muito do que ele disse será checado pelas equipes especializadas da imprensa, se é fato ou fake, como por exemplo, que o MST é o maior produtor de arroz orgânico do grupo e se estabeleceu em cooperativas, sendo diferente do que há 30 anos.
E apesar das críticas a seu oponente, Lula fez o estilo paz e amor no Jornal Nacional, clima que contaminou os apresentadores.