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Relendo a pandemia

Relendo a pandemia

Escrevi esta crônica no auge da pandemia de Covid-19. O mundo recém tinha virado de cabeça para baixo e estávamos completamente atônitos. Eu levantava questões para as quais, passados quase três anos, já devem haver respostas. Tenho as minhas. E vocês?

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Mudando de perspectiva

Abro minha velha agenda Mario Quintana, de 1994, onde anoto poemas, frases e autores e encontro do próprio poeta gaúcho, a frase: “no dia em que estiveres muito cheio de incomodações imagina que morreste anteontem. Confessa: tudo aquilo tinha mesmo tanta importância?”

O drama da pandemia que estamos vivendo põe tudo em outra perspectiva. O chefe que pega no seu pé, o colega “mala” que enche o saco todo dia, o marido que não levanta a tampa do vaso sanitário, a parede mal pintada pelo cara que você contratou a peso de ouro, o novo corte de cabelo que você odiou. Aqueles pequenos dissabores – ou incomodações, como escreveu Quintana – que importância têm hoje? Zero, nihil, nothing, nadica de nada… tudo coisas sem importância.

Será que sobrevivendo a este vírus que não pede licença e vai mudando o mundo como o conhecemos vamos ser diferentes? Vamos olhar a vida de outra forma? Respeitaremos mais o próximo e o Meio Ambiente? Colocaremos as coisas em outra perspectiva como se tivéssemos “morrido anteontem”?

Gostaria de acreditar que sim, mas quantas pessoas conhecemos que após passar por uma experiência traumática, uma situação de quase morte, demorou apenas seis meses para voltar a ser o egoísta, o canalha, o indiferente de sempre? Desta vez a gente vai aprender com a dor? A ver.

(março/2020)

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A mulher na janela

Já que falamos naqueles tempos, reenvio o link para o curta baseado no meu texto “A mulher na janela”, publicado no e-book Cenas do Confinamento/Escenas del Confinamiento, reunindo autores de vários países.

A adaptação foi feita pelo Teatrão de Coimbra, com atuação da atriz Isabel Craveiro e direção de Marco Antonio Rodrigues e Zeca Rodrigues.

Veja aqui.

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