O “novo jornalismo” é feito nas redes sociais. Os fatos primeiramente são reportados no Twitter, e só depois reproduzidos na mídia tradicional. Agora há pouco, nas manifestações nas estradas, aconteceu assim. Até porque em muitos casos os repórteres não tiveram acesso aos piquetes, porque se chegassem perto levariam uns sopapos.
O jornalismo de rede social não é isento, na maioria das vezes vem carregado de opinião. Por isso, é preciso separar o que se vê do que se ouve. As imagens valem mais do que mil palavras, dizia Confúcio, pensador chinês, 500 anos antes de Cristo. Isso é o que vale nos tuítes de hoje em dia.
Idiotas
Não precisava ir tão longe no pensamento para entender que as reportagens atuais em televisão são produzidas para preencher espaço e às vezes subestimam a inteligência de quem está em casa. Ultimamente, repórteres menos experientes no meio explicam demais aquilo que se está se vendo. E depois de um longo texto inicial ainda dizem “você vai ver na reportagem”, repetindo tudo o que foi dito.
Isso não acontece de vez em quando, mas se repete diariamente e até mais de uma vez no mesmo telejornal.
É uma questão de orientação e de aposta em perfil de profissionais focados no meio e não em divulgação nas mídias sociais de seus eventos paralelos.
Folia
Nisso de ocupar espaço, sexta-feira passada, 11, o Jornal do Almoço fez uma longa reportagem sobre festas comunitárias do interior, encerrando com o Folianópolis. Deve ter algum motivo para divulgar evento privado com destaque, e mesmo que fosse apenas para ocupar espaço, pelo menos deveriam ter dito onde aconteceria a festa.
Esse é outro problema que repórteres novos não se atentam, ou não assistiram a aula na universidade onde se diz que em todo o texto jornalístico o repórter tem que responder perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como e porquê.
Lacombe
Luiz Ernesto Lacombe foi demitido da Rede TV onde apresentava um programa com viés bolsonarista. Segundo blogs nacionais, ganhava 200 mil reais mês – metade pago pelo canal, metade por empresários. Audiência traço no Ibope.
Lacombe, junto com os demitidos da Jovem Pan News, faz parte do acerto de contas dos empresários que se alinharam politicamente com Bolsonaro e provavelmente não vão ficar com o mesmo volume de verbas publicitárias do governo ano que vem.
Isso demonstra um pouco do que ouvintes e telespectadores foram submetidos nos últimos anos, imaginando que estavam acompanhando jornalismo, quando era uma espécie de lavagem cerebral.
Comunicação
A comunicação simples, direta e espontânea nas redes sociais depois das eleições de Carlos Moisés chama a atenção. Mostra que a falta dela foi um dos motivos pelos quais nem chegou ao segundo turno: a estranha campanha multicolorida e sem efeito.
Quem diria!
Entre os piores momentos do governo que termina foi o patrulhamento de jornalistas. Mas, nem bem o novo time se organiza e o cerco a profissionais da imprensa mudou de lado. É o que indica a amostragem a partir de um comentário de Eliane Catanhêde, jornalista da Globo, sediada em Brasília. Ela foi patrulhada até pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
E o que ela disse? Veja abaixo o comentário sobre primeiras damas, com observações sobre Janja, a mulher de Lula. Se o direito de opinar vale para um lado, vale para o outro. Dentro dos critérios éticos é possível comentar o que se deseja em um ambiente democrático.