Depois que falamos segunda-feira passada aqui, da dificuldade nos bastidores da Globo para organizar um debate com William Bonner, Jair Bolsonaro e Lula, o site Na Telinha divulgou que isso é realmente um problema. Tanto, que segundo a divulgação, o apresentador pediu a direção da emissora para ficar fora dos debates este ano.
Bonner teria dito que a pressão que já recebe como âncora de notícias é muito grande e que chegou a ficar dois anos sem ir a shoppings e outros locais públicos para não ser xingado. Ou seja, o patrulhamento pela linha editorial da Globo, da qual ele é a voz, atingiu o objetivo de constranger o jornalista.
Na Telinha diz que a emissora está tentando demover o apresentador do pedido de se ausentar dos debates, até o momento sem sucesso.
A saída para esta situação é complicada: se substituir o apresentador, a Globo dará sinais de capitular diante da pressão. Se o mantiver, pode gerar uma situação constrangedora nos debates, desviando do foco do conteúdo.
E a saída?
Há uma chance que essa notícia sobre o pedido de Bonner seja um balão de ensaio, preparando o público para a ausência dele. Se é isso mesmo, fica a pergunta de quem poderia mediar este debate e ter o controle do programa em segundo turno que envolveria, por exemplo, Bolsonaro-Lula. Na casa há jornalistas experientes que podem suportar a pressão, como Chico Pinheiro, Renata Lo Prete e Cesar Tralli.
Baixo nível
A reportagem em televisão chega ao mais baixo nível dos últimos tempos. É visível que profissionais sem o mínimo preparo estão sendo jogados no ar a todo instante. Chega a ser penoso observar certos desempenhos, como daquela repórter que lamentava que a TV não transmitia o cheiro do produto que ela mostrava.
Sem contar com a “muleta” mais usada nestes tempos, o celular, onde o pessoal lê o texto que preparou e que deveria dizer se realmente conhecesse o conteúdo.
Se as faculdades não estão preparando adequadamente os novos repórteres caberia as emissoras montarem um cursinho interno para treinamento e evitar que o telespectador fique constrangido com o que está assistindo.
Profissão repórter, a função básica e primordial do jornalismo, está em baixa.
Faraco
Depois de muitos anos de espera, Raphael Faraco assume o Jornal do Almoço no lugar de Mário Motta. Ao que tudo indica a NSC vai insistir na fórmula de dois apresentadores em desuso em outras emissoras da rede Globo.
Olha a Copa aí gente!
A Copa do Mundo do Catar começa em novembro, mas já tem gente ganhando folga para ver os jogos da seleção brasileira. As fábricas das cervejas Skol e Brahma já avisaram que os funcionários serão dispensados em dias de jogos.
Ainda a propósito de Copa, o grupo ND foi o único veículo catarinense a mandar um representante no sorteio dos jogos realizados sexta-feira-passada. O repórter Diogo Maçaneiro testemunhou a cerimônia, que teve muito dourado e pouca emoção.
Neste evento, a NSC mostrou mais uma vez que herdou funcionários e o equipamento da antiga RBS, mas não a audácia editorial. Esteve ausente de um evento de Copa depois de muito anos.
*Foto Bolsonaro, Bonner e Lula: Montagem/Reproduções Globo