A inspiração para esta edição chegou meio atrasadinha. Foi o Halloween, o badalado Dia das Bruxas, que acontece em 31 de outubro. Antes preciso contar para vocês uma história de capitulação. Sempre me incomodou ver como uma tradição que não é brasileira se infiltrou tão fortemente entre nossas crianças e jovens. Cadê a linda festa de Cosme e Damião, o Saci Pererê, a Bernunça, o nosso folclore? – me perguntava. Mas, desde que mudei de condomínio comecei a receber a visita de crianças no Halloween, perguntando: doçuras ou travessuras? Confesso que no primeiro ano resisti bravamente e fiz a “tia malvada”: não tem doce pra vocês! Na segunda vez, comecei a amolecer quando via aqueles pingos de gente, vestidos de bruxinhas e vampiros, na minha porta. No terceiro ano, já estava comprando sacos de balas e bombons. Fui vencida pela fofura dos pequeninos, uma espécie de Cavalo de Troia do imperialismo…hehehe.
Bem, vamos ao que interessa: nesta época do ano, os canais de TV e streamings destacam os filmes de terror. Separei alguns disponíveis, mas quem acompanha a coluna sabe que não curto tripas e esquartejamentos. Meu tipo de terror favorito é o psicológico, aquele que sugere e provoca arrepios na gente sem mostrar tudo.
Alguns dos meus eternos favoritos: O bebê de Rosemary (Roman Polanski- 1968), O coração satânico (Alan Parker- 1987), Drácula de Bram Stocker (Francis F.Coppola- 1992) e Os outros (Alejandro Amenabar- 2001).
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SÉRIES
Outsider – O medo tem muitas caras – 10 episódios – 2020- HBO
Stephen King é uma usina de produção de livros, todos perfeitos para virarem filme. Nem sempre, porém, as adaptações têm bom resultado. No caso dessa minissérie, deu certo. A trama segue um detetive e um investigador particular que investigam o caso do assassinato macabro de um menino e a sinistra força sobrenatural que o ronda. Logo aparece um suspeito, mas alguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo? Jason Batman (de Osark) dirige e atua. Eu fiquei bem presa à trama, só não levei a sério o nome da “entidade mitológica”: El Cuco.
The third day – 6 episódios – HBO
Como o Jude Law é bom ator! Não importa o gênero, o cara faz bem feito. Nessa minissérie ele interpreta um homem atormentado por ter perdido o filho. O destino o leva a uma misteriosa ilha britânica e aí acontecem coisas muito, muito estranhas. Entre elas, a maré sobe e desaparece a ligação com o continente. Ele não tem como sair da ilha. Quando a gente pensa que acabou, vem a reviravolta. Não é uma trama simples, precisa ficar atento. Ficaram curiosos?? (Na foto: Jude Law e Emily Watson)
O Bebê de Rosemary – Prime
Ainda não vi a versão seriada da história adaptada do romance de Ira Levin. Mas está na minha lista, apesar de certo receio, já que o filme do Polansky é excelente. Para quem não conhece a história: um jovem casal se muda para Nova York. Ele é um ator que ambiciona fazer carreira de sucesso, ela está grávida do primeiro filho. Os vizinhos do lado são um casal de velhinhos muito simpáticos. Rosemary começa a sofrer algumas perturbações em relação à gravidez. Daí…
Dr.Death – The Undoctored Story- documentário –Prime
Aqui o terror é de outro tipo, não o sobrenatural. Como postei na coluna a série Dr.Death, com Alec Baldwin, que conta em oito episódios, a história absurda no cirurgião norte-americano que aleijou trinta e três pessoas e matou duas durante as operações, agora sugiro que vejam o real Dr. Christopher Duntsch. A série documental tem quatro episódios.
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FILMES
Corra! – direção: Jordan Peele – 2017 – Now/Net
A trama gira em torno de Chris, um jovem negro que está um pouco apreensivo porque vai conhecer a família de sua namorada caucasiana, Rose. Ele se surpreende com o tratamento excessivamente amoroso dos futuros sogros com ele, talvez pela intenção de se mostrarem como não-racistas. Com o tempo, Chris descobre que há algo sinistro por trás de tanta simpatia. Não vou dar spoiler. O protagonista é vivido pelo ótimo ator britânico Daniel Kaluuya (foto), indicado ao Oscar pelo papel.
Midsommar – O mal não espera a noite- direção: Ari Aster- 2019 Prime
Como o subtítulo em português já entrega, essa produção sueca se passa quase toda à luz do sol, o que não é comum em filmes de terror. O cenário é um local paradisíaco na Suécia, cercado de montanhas, em uma comunidade de pessoas loiras, jovens com guirlandas de flores no cabelo, crianças de branco correndo pela relva. Tudo isso deixa encantado um grupo de americanos que chega para acompanhar a cerimônia do solstício. Mas há muitas as estranhezas nesse paraíso.
Alerta: algumas cenas quase no início do filme, quando um casal de anciãos se despede da vida, são muito fortes e, talvez, dispensáveis. O diretor Ari Aster fez também o elogiado terror Hereditário, com Toni Collete, disponível em streaming.
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DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI
El Patrón – direção: Sebastián Schindel – Argentina – 2015 – disponível na Netflix
Essa é uma ótima pedida para quem está precisando de uma forcinha para tornar-se vegetariano! O eixo da história é o quanto alguém pode agüentar o assédio moral no trabalho sem enlouquecer. Mas, como o protagonista é empregado num açougue, cujo dono vende até carne podre para ter lucro…é preciso estômago forte. Desconfio que o diretor seja vegano porque pegou pesado nas cenas “carnívoras”. No necesitava tanto, mi querido! Se quiserem vejam, mas depois não digam que…
O ator Joaquin Furriel, que interpreta o empregado em O Patrão-Anatomia de um crime, é bastante conhecido do público que curte cinema argentino. Fez o elogiado Farol das Orcas (2013) e também a série O jardim de Bronze, HBO.
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Festivais On-line
17º Mostra Internacional de Cinema Negro – Belas Artes à la carte
Anote aí: a Mostra Internacional do Cinema Negro acontece entre os dias 17 e 30 de novembro, no Cine Belas Artes à la carte. Serão dez longas – entre eles “Samba é primo do jazz”, de Ângela Zoé e “O divino Guaporé”, de Ederson Lauri Leandro – e onze curtas-metragens. A exibição dos filmes será gratuita para assinantes e não assinantes.
6ª edição do Festival do Cinema Italiano- Belas Artes
Entre os dias 05 de novembro e 05 de dezembro, o À La Carte exibe a 16ª edição do Festival do Cinema Italiano! A mostra é dividida em duas sessões: “Novo Cinema Italiano”, que reúne filmes inéditos produzidos entre 2020 e 2021, entre diretores veteranos, como Giovanni Veronesi, e outros mais jovens, como Alessandro Gassmann e Stefano Sardo; e “As mais belas trilhas sonoras do cinema italiano”, que permitirá ao público de todo o país apreciar filmes e trilhas que se tornaram clássicas.
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THE END
*Fotos reprodução/divulgação
