Dez jogos sem vitória, nove sob o comando de Gustavo Morínigo e sete na zona de rebaixamento. O drama do Avaí continua após a derrota por 2 x 0 para o ABC, lanterna da Série B, na tarde deste sábado, na Ressacada. Um jogo muito ruim do Leão da Ilha, sem harmonia coletiva e individualidades abaixo da crítica. O diretor de futebol Eduardo Freeland já tinha diagnosticado desequilíbrio no grupo avaiano e só com reforços para tirar o time deste buraco em que se meteu.
O trabalho do paraguaio Gustavo Morínigo não é bom. Os números falam por si. Segundo pior ataque, segunda pior defesa e pior saldo de gols da competição. O que o segura no cargo depois de comandar o Leão por nove vezes e não vencer? Nada. Só depende da diretoria entender que com ele será complicado atingir o primeiro objetivo: a permanência.
Morínigo fica?
A segunda-feira (3), quando abre a janela de transferências, deveria ser o recomeço do Avaí para uma nova etapa na Série B. Um astral melhor e desafiador com a chegada dos reforços e evolução no conteúdo individual. Mas isso parece que não vai acontecer. Morínigo segue e parece isolado. Na coletiva pós-jogo, demonstrou preocupação sobre o desempenho do grupo, mas procurou passar confiança. Não foi muito convincente. A tendência é ficar como está o atual quadro em caso de permanência da comissão técnica. Mudar seria o caminho.
Sobre o jogo com o ABC, o técnico azurra escalou mal a equipe e as mudanças no intervalo foram pior ainda. Felipinho entrou como lateral esquerdo e deixou a desejar neste setor. Na etapa final jogou no ataque e foi muito melhor. O ABC jogava bem pelo meio e dominava as ações com Ramon e Wallace, este o melhor em campo. E chegou ao gol com Júnior Todinho, após enfiada de Wallace. Se estava ruim, ainda tinha espaço para piorar no segundo tempo. Morínigo deixou apenas Gava e Eduardo no meio-campo e e ficou sem criação. Fatal para seu plano de jogo a partir do segundo gol do ABC, marcado por Fábio Lima.
Protesto do torcedor
Torcedor, se é que dá pra chamar de torcedor, irresponsável, tentou atingir jogadores e comissão após o jogo atirando uma sandália. Errou o alvo. Atingiu o repórter Matheus Thiesen, da Rádio Jovem Pan News Florianópolis, que estava fazendo entrevistas na zona mista. Resultado, o clube pode ser punido pela irresponsabilidade. Felizmente Matheus nada sofreu além do susto. Imperdoável essa atitude do torcedor.
Júlio, o alvo
O presidente Júlio Heerdt foi o alvo do protesto de uma organizada em frente à secretaria do clube. Até rojões foram atirados em direção às sociais e camarotes. A segurança chegou a orientar para que ninguém deixasse o local. O protesto é válido, até é justificado pela fase ruim, mas nada justifica a violência.
Decisão no Scarpelli
É ganhar ou ganhar. Não há espaço para outro resultado que não seja a vitória para o alvinegro voltar ao G-8. Será a estreia de Paulo Baier no Scarpelli, uma verdadeira decisão na tarde deste domingo, 16h30min, diante do Operário-PR. Em decisão é preciso jogar com inteligência, ter calma, estratégia e aplicação.
Aos poucos as peças vão se encaixando no alvinegro. Jogadores retornando de lesão e jogador chegando. Baier terá as opções para fazer as melhores escolhas. Com o apoio incansável da torcida, o Scarpelli tem tudo para ter uma tarde de gala neste domingo.