Aquele jovem de 22 anos que chegou ao Estádio da Ressacada para reforçar o Avaí em 1985, trazido da Ferroviária (SP) pelo então vice-presidente de futebol Mário César Campos, é o novo técnico da Seleção Brasileira. Dorival Junior, 61 anos, tem a dura missão de levá-la ao Hexa na próxima Copa do Mundo, na América do Norte. É a realização de um sonho para ele, toda a família e para os seus amigos. Há dez anos Dorival adotou Florianópolis como sua casa e há quem diga que é “catarinense”, mas apaixonou-se pela cidade onde tudo começou como volante do Leão da Ilha e depois como técnico campeão no Figueirense. Aqui é a sua casa.
Lembrando de sua chegada ao Estádio da Ressacada, impossível não destacar aquele garoto de cabelos longos, narigudo e fala mansa. Fui um dos primeiros a entrevistá-lo quando chegou há 39 anos, então como setorista do clube pelo Jornal A Notícia, de Joinville. Naquela época, os repórteres tinham acesso ao gramado e o contato era mais próximo. Ao final dos treinos, Júnior pegava carona comigo no fusquinha amarelo do jornal. Sempre o deixava na Rua Tiradentes, onde residia num quarto alugado de pensão. Logo transformou-se em destaque e ajudou no vice-campeonato estadual daquele ano em que o Avaí foi derrotado pelo campeão Joinville, time pelo qual depois foi campeão catarinense em 1987. Trazia o DNA de craque, era sobrinho do grande Dudu, volante e um dos principais jogadores do Palmeiras. Depois de tantos anos, a amizade continuou, mas hoje ele está em outro patamar, agora como técnico da Seleção Brasileira.
Para quem o conhece como eu e seu amigo Jaci Kretzer, trata-se da realização de um sonho mesmo. Foi uma decisão difícil para ele deixar o São Paulo, onde conquistou em 2023 o título inédito para o clube da Copa do Brasil. Mas todos entenderam que o chamado precisava ser atendido. Dorival é o grande técnico do futebol brasileiro no momento e mostrou isso em suas últimas passagens por Flamengo e São Paulo. Algo precisava ser feito pela Seleção depois dos últimos resultados ruins nas Eliminatórias. Tomara que a volta do bom futebol acalme a CBF e tudo entre nos trilhos para o Brasil.
Dorival era dirigente do Figueirense, depois de pendurar as chuteiras. O então técnico Muricy Ramalho, hoje dirigente no São Paulo, deixou o clube e Dorival assumiu como técnico. Levou o alvinegro ao título de 2004. Dorival tem muito carinho pelo Figueirense, pois foi a partir deste trabalho que abriu as portas para novos desafios e mostrar sua capacidade. Após o título estadual, o Figueirense fez um excelente início de Brasileiro na Série A, chegando a estar na liderança. Na bela campanha, Dorival revelou atletas conhecidos como André Santos, Felipe Luís e Carlos Alberto. “O futebol catarinense faz parte da minha vida”, sempre disse Dorival.
Zagallo eterno
Há um ano perdemos Pelé e agora perdemos Zagallo, o único tetra campeão da Copa do Mundo, duas vezes como jogador, uma como treinador e outra como coordenador técnico. Uma carreira vitoriosa como atleta e treinador. Mario Jorge Lobo Zagallo, 92 anos, nos deixou no fim de semana, mas fica a lembrança de um grande desportista e um legado que não tem igual. Foi sepultado neste domingo, no Rio de Janeiro, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, rodeado de familiares e amigos.
Eu era garoto quando o Brasil foi tricampeão mundial no México, com uma seleção que deu aquele show e encantou os mexicanos e o mundo. Lembrada até hoje pelo futebol coletivo e com tantos talentos. Zagallo ajudou o Brasil e ser tetracampeão nos EUA como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira. Que alegria vê-lo cumprir com galhardia a sua missão. Perdemos um grande exemplo, um homem que tinha a Seleção Brasileira no coração. Mas fica o seu legado para a eternidade. Brasil Campeão tem 13 letras. Zagallo Eterno também.
Arbitragem Catarinense
A arbitragem catarinense, destaque no país com os árbitros FIFA, Bráulio da Silva Machado e Ramon Abatti Abel, iniciou a sua preparação para a temporada. A primeira parte online encerra nesta segunda-feira e a partir de terça-feira (9) começa o trabalho presencial, em campo. O vice-presidente da FCF e diretor de árbitros Marco Antônio Martins é o coordenador de toda a preparação e vê a repetição em 2024 de um ano maravilhoso para o quadro catarinense.
O trabalho de campo será realizado a partir de terça feira e vai até o próximo dia 13/01 no Complexo do SESI, em Blumenau. Inclui preparação física e palestras com ex-árbitros como Cantucho João Setúbal, Péricles Bassols, instrutor FIFA, o papel do quarto árbitro com Érika Krauss; dinâmica tática de arbitragem, com Juliano Fernandes; a regra 11 com Kléber Lúcio Gil e as diretrizes da FCF com Marco Martins, que encerrará o evento.
