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Jorginho Mello dá o aumento e desagrada os Policiais Militares e um deputado estadual

Na tarde de segunda-feira, 3, o governador Jorginho Mello (PL) anunciou um aumento de 21,5% para as carreiras que compõem as forças da Segurança Pública. Segundo o Governo do Estado, esse será o maior aumento real já oferecido para as categorias, já que o percentual é o dobro da inflação nos últimos dois anos, que foi cerca de 9%.

Esse reajuste vai contemplar mais de 35 mil servidores da Segurança Pública. São 20,4 mil ativos e outros 14,9 mil inativos vinculados às Polícias Civil, Militar e Científica, além dos Bombeiros Militares e das secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP) e da Justiça e Reintegração Social (SEJURI).

Como já havia informado, esse reajuste será concedido em três parcelas, a partir de maio deste ano, com um valor maior já repassado no primeiro aumento. A segunda parcela será concedida em dezembro de 2025 e a terceira em abril de 2026, totalizando o percentual de aumento anunciado pelo governador Jorginho Mello.

Um projeto de lei com a proposta de reajuste salarial será enviado à Assembleia Legislativa nos próximos dias para que os deputados estaduais debatam e aprovem para que o governador Jorginho Mello sancione.

Mas a direção da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc) achou pouco, já que a reivindicação era de 35%. Membros da direção da Aprasc se reuniram com o governador na manhã de segunda-feira para mostrar que esse valor era baixo, mas o Governo do Estado preferiu manter o percentual já definido com a Secretaria da Fazenda.

Antes da reunião com o governador, o sargento Clailton Oliveira, que preside a Aprasc, disse que “o secretário da Fazenda mencionou que 2025 será mais um ano favorável para as finanças do governo, portanto, é crucial que o executivo demonstre sensibilidade em relação à categoria que assegura os melhores índices de segurança pública do país e que é amplamente destacada nas campanhas publicitárias”.

 

VÍDEO DO DEPUTADO

Mas a crítica pelos 21,5% veio também de um aliado de Jorginho Mello. O deputado estadual Jessé Lopes (PL) publicou um vídeo no seu Instagram dizendo que esse aumento “é pra lamentar”.

No vídeo, ele diz que “saiu o anúncio do governo com relação à reposição e infelizmente não foi da forma como nós tanto desejávamos. Tanto que a gente pediu, tanto a gente foi lá, falou, tentou convencer, mostrou, o que poderia acontecer se isso não fosse dessa forma, mas, enfim”.

Jessé reconheceu que o governador Jorginho Mello nunca prometeu que iria dar um aumento linear e que o deputado estava tentando convencer que fosse diferente. Ele informou também que nessa reta final da negociação, acabou não sendo convidado para participar das reuniões que definiram o aumento divulgado.

Para o deputado do PL, o problema é que o aumento será o mesmo para os Praças e para os Oficiais e isso fará com que um coronel da PM, que hoje ganha R$ 33 mil, terá um reajuste que colocará o seu salário na casa dos R$ 40 mil.

“Quem acompanha meu trabalho na Assembleia Legislativa sabe que, independente da circunstância,  eu não voto a favor de projetos onde um servidor que já ganha exorbitantemente bem, receba um aumento de 7 mil reais. É histórico votar contra esse tipo de projeto, esse tipo de proposta. Já votei contra do Ministério Público, da Defensoria Pública, da própria ALESC, do Governo do Estado quando teve aumento dos secretários”, disse Jessé.

Ele também fez duras críticas ao Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Aurélio José Pelozato. “Eu vou votar contra novamente porque eu não posso aceitar que o Pelozato, que fez uma merda de uma gestão, que perseguiu os policiais durante esses dois anos de mandato, eu nunca vi tanta reclamação de uma pessoa só, que eu vou votar o aumento dele, que ele vai ganhar 7 mil reais, nem a pau, nem a pau. Como nós vamos conduzir isso aqui, eu não sei”, finalizou Jessé.

Certo mesmo é que o deputado estadual Jessé Lopes já garantiu que votará contra a proposta do Governo do Estado, mesmo sabendo que pode ser voto vencido dentro da Alesc.

Se o aumento passar na Assembleia e for sancionado pelo governador, o desconforto na segurança pública pode continuar e até criar uma corrente negativa entre os policiais para que Jorginho não seja reeleito, que é o grande receio da cúpula do Governo de Santa Catarina.

 

Veja o vídeo do deputado estadual Jessé Lopes (PL):

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