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Microfone e política não se misturam

Reprodução/Freepik

Radialistas e jornalistas que ocupam microfones e se candidatam pela primeira vez a cargos políticos, se elegem até com facilidade. Na última leva, isso aconteceu com Mário Motta, Lucas Neves, de Lages, e o repórter Sérgio Guimarães, da Grande Florianópolis.

Mas para se reeleger, não é a mesma facilidade. É só ver o caso do repórter policial Hélio Costa. Em 2018 fez mais de 180 mil votos para deputado federal. Na eleição passada, fez cerca de 10% do votos – 18 mil. Mais ao sul, fora da mídia, o radialista Lasier Martins nem conseguiu a reeleição.

Assim, quem deixou a mídia – e não é ético misturar com cargo público – tem que trabalhar na nova função muito para conquistar os eleitores, segundo esses dados, passados à coluna pelo jornalista Claudio Thomas, ex-editor-chefe do Diário Catarinense.

 

Propaganda robotizada

Pelo mundo afora, agências de publicidade estão utilizando robô ChatGPT para produzir peças praticamente sem custos. E redatores e demais profissionais das agências estão em polvorosa com receio de perder o emprego. Os mais otimistas dizem que – se as profissões tradicionais correm risco – o mercado vai precisar de novos profissionais que saibam alimentar o computador conforme o objetivo da campanha.

Por aqui, a agência digital de marketing Fator testa o processo. O robô escreve textos publicitários simples, propõe pautas sobre os temas pedidos e até ajuda com fórmulas de Excel e programação. O lado ruim, segundo o CEO, Roberto Fernandes, é a sobrecarga no site do robô criado pela OpenAI. Diz ele que quer assinar ‘a versão pro’ assim que sair.

Não vai dá para remar contra a maré. De acordo com uma nota de pesquisa do banco de investimento UBS (Union de Banques Suisses), o ChatGPT chegou a 100 milhões de usuários mensais ativos no mês passado. É o aplicativo com o crescimento mais rápido da história.

São tão grandes as perspectivas que a Alphabet, dona do Google, já está planejando lançar robô próprio para concorrer com o ChatGPT e não ver ameaçado o seu mecanismo de buscas.

 

Experimento

Em São Paulo, agência iD\TBWA propôs a vários clientes usar o ChatGPT e a ferramenta Midjourney, que gera imagens a partir de comandos de texto, para homenagear os 469 anos da cidade. Abaixo está o anúncio gerado para o cliente Allianz.

Reprodução/Divulgação

Gostaram?

 

Iniciativa

O grupo ND deu a largada para comemorar os 275 anos da colonização açoriana, com programas especiais na TV e um caderno lançado sábado passado. Tudo bem produzido e, pelo visto, com ótima comercialização.

Reprodução/Divulgação

 

Band

A Band continua enfrentando problemas de gestão e discussões na justiça entre as irmãs Saad – Márcia e Leonor – que querem tirar o irmão João Carlos Saad da presidência. Segundo acordo que fizeram entre eles, já deveria ter deixado o cargo de CEO, o que não ocorreu. Foram parar na justiça. Com dívidas de 1,2 bilhão de reais, a Band vai ter que honrar seus compromissos a partir de abril deste ano, mas não consta que tenha caixa suficiente para isso. Com abacaxi na mão, a VP financeira, responsável pelas renegociações, pediu demissão.

A família considera a gestão da Band atrasada, diz que o CEO mistura negócios da empresa com o privado – e paga muitos salários acima do mercado entre os diretores: são mais de 50 entre os 3.200 funcionários com títulos pomposos.

O futuro da Band é totalmente incerto.

 

Futebol

Depois da incrível parada por 10 dias do catarinense para atender compromisso com a rede, a NSC reiniciou as transmissões com o jogo entre Avaí e Figueirense. Foi um bom padrão, acima do que vinha praticando recentemente. O áudio incomoda um pouco com as insistentes chamadas de hashtags, para provocar repercussão na mídia social, coisa que ninguém mais usa no Brasil. Até porque satisfaz 10 ou 12 que veem suas mensagens reproduzidas e deixa insatisfeitos dezenas que ficam de fora.

No rádio, a Jovem Pan News se situa como a segunda força em transmissões esportivas, com a alavancagem do narrador Paulo Branchi. Falta, ainda, um comentarista polêmico para agitar a jornada e o debate esportivo de segunda à sexta, às 13 horas. Ah! E vale revisar as maletas de áudio e a central técnica, pois para ouvidos mais atentos o som não está devidamente equalizado.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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