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Advogados x jornalistas

Cezar Bitencourt e Walter Delgatti (Fotos: Reprodução/Divulgação)

Nem sempre advogados e jornalistas estão do mesmo lado quando se trata de informações relevantes, porque os objetivos são diferentes: os advogados buscam defender o interesse do cliente, os jornalistas levar as informações mais completas ao público.

Às vezes o embate entre as partes é intenso e se contrapõe como ocorreu na semana passada, na série de idas e vindas envolvendo o caso das joias árabes presenteadas a autoridades brasileiras.  Em vários momentos, jornalistas acreditavam que tinham informações decisivas e definitivas, logo desmentidas nas declarações seguintes.

A série bumerangue – ou acredite se quiser – começou com o depoimento do hacker Walter Delgatti na CPI de 8 de janeiro. À medida que ele relatava supostos bastidores para desacreditar a urna eletrônica, âncoras e repórteres das TV a cabo pensaram que tinham a comprovação final de um complô. Ao final do dia, com certa frustração, vozes de alerta nas redações sinalizavam que se tratava do depoimento de alguém preso e que precisava ser comprovado.

Os passos seguintes – e mais importantes do vai-e-vem – ocorreram por obra do advogado Cezar Bitencourt tentando inocentar o coronel Mauro Cid. Em três dias, ele mudou a versão que atribuía ao cliente a tarefa de cumprir ordens de Jair Bolsonaro ao vender o Rolex. Primeiro, ele havia dito que não era só um relógio, mas joias que Cid vendeu, o que desmentiu na maior cara de pau, embora as declarações tenham sido gravadas pela revista Veja.

Aliás, a Veja também acabou desmentida, pois Bitencourt negou o título de capa “A confissão”, dizendo que Cid faria apenas um reconhecimento que havia vendido o relógio.

Foto: Divulgação

Também desmentiu o que havia gravado, que Cid iria dedurar Bolsonaro por tê-lo mandado vender a joia e seria o destinatário do dinheiro da venda.

O embate entre advogados, incluindo o de Bolsonaro, promete novos lances a partir de hoje. É indicada muita cautela aos jornalistas para que não sejam novamente manipulados. Jornalistas odeiam isso, o público também.

 

Sucesso

Fotos: Divulgação/New York Times

O New York Times foi o primeiro grande jornal a virar a chave para o meio digital. Já são quase 10 milhões de assinantes para as notícias on-line.

E para comemorar seu sucesso e a campanha “Todos em Um”, a vantagem da assinatura que oferece vários produtos, acaba de realizar uma ação nos vagões do trem ‘S’  entre as estações Time Square e Grande Central.

Cada vagão representa um caderno do NYT. “Cada interior foi transformado num ambiente inesperado e envolvente, com paleta de corres identificada com cada produto. A linguagem interior tem a perspicácia de um nova-iorquino”, dizem os diretores criativos do jornal.

 

Narrador

Foto: Arquivo Pessoal

Para registrar um ano de falecimento de Armindo Antônio Ranzolin, inesquecível narrador de futebol com atuação no Rio Grande do Sul, foi lançado um site com narrações, reportagens, comentários e depoimentos. A ideia foi dos filhos Cristina e Ricardo, criação e produção de Bruno Chaise e consultoria de Flávio Dutra e Luciano Klöckner.

Foi muito emocionante ler sobre Armindo e ouvir a voz de um grande amigo.

Confira em memoriaranzolin.com.br.

 

Aspas

Acho engraçado quando âncoras e repórteres, em textos de TV, ao transcreverem uma declaração, dizendo “abre aspas”. Isso é linguagem de texto escrito, não falado. Basta na TV citar que “fulano disse”.

Aspas é tão supérfluo quanto a nível de.

 

Barraco

Foto: Reprodução/Globo

Muita gente só ficou sabendo quem é Larissa Manoela depois da reportagem do Fantástico onde ela detona a família. Foi no domingo anterior, com replay na edição de ontem.  A moça se diz enganada pelos pais, pintados como tiranos ao administrar a carreira dela.

Diante do barraco público, fica a sensação de um conflito edipiano.

 

 

 

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