Vem sendo destronado por excesso de pautas sobre minorias, e principalmente pela intromissão comercial nas propostas de conteúdos.
E os jornalistas, pressionados por executivos e pelo enorme tempo de produção, executam o que mandam.
E o que tem acontecido nas telinhas? Coberturas diárias de congressos, seminários, eventos e outras promoções do marketing para faturar, que levam a reportagem a cobrir. Emissoras como a NSC passam grande parte do tempo falando de si mesmas.
É um rodízio sem fim de temas que só interessam aos participantes e ao borderô da área comercial. E para garantir o polpudo PPR (plano de participação) dos executivos.
Não desconsiderando que pode haver uma parceria saudável comercial-jornalismo, mas no momento virou o fio. E o que é pior para as emissoras: o público está notando. A inteligência de quem está em casa nunca deve ser subestimada.
É um momento delicado, daquele que depois de arrombada a porta não tem volta. Perdeu credibilidade, não recupera mais.
Fabian
O apresentador do NSC Notícias, Fabian Londero, deixou a editoria chefe para tratar de projetos especiais. Ou seja, entrou na rede do comercial.
Como um dos mais experientes da equipe, Fabian era uma espécie de reserva moral do bom jornalismo. Um exemplo para o pessoal mais novo.
Agora, ao que parece, deixou isso de lado e prefere cuidar do seu futuro material. E nem se preocupa mais que o jornal que apresenta mostre matérias já vistas no canal.
Olimpíadas
A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris (relatar com a matéria de sábado) continua rendendo comentários nas redes sociais. Há os que amaram e os que odiaram.
A imprensa posicionada no Trocadero sofreu com a falta de proteção para a chuva e com o super esquema de segurança.
Provavelmente isso impactou na cobertura antes de começar a cerimônia e o caos que virou Paris, com sabotagens na linha de trens e ameaça de bomba no centro de imprensa, que chegou a ser esvaziado.
Nenhum repórter brasileiro que está na França reportou qualquer incidente ao vivo no dia da inauguração, como se nada tivesse acontecido. Todos aguardavam a festa e não se preocuparam em fazer jornalismo.
Bronze
O time brasileiro em Paris é enorme e custa 43 milhões de reais. Mas os resultados iniciais são pífios. Medalha de bronze vira motivo de ufanismo para os âncoras da cobertura da mídia brasileira.