Florianópolis há tempos desafios relacionados à mobilidade urbana, especialmente durante os períodos de alta temporada no verão. No entanto, recentes intervenções viárias têm se mostrado eficazes em proporcionar agilidade ao trânsito e evitar filas quilométricas em pontos estratégicos da cidade.
Os binários implantados na Rua Deputado Antônio Edu Vieira, no Pantanal, e na Romualdo de Barros, na Carvoeira, bem como na Avenida das Rendeiras, representam mudança significativa. Anteriormente, enfrentar as filas para sair da Barra da Lagoa, Praia Mole e Joaquina durante o verão era uma experiência demorada, com espera superior a três horas. Hoje, graças a essas intervenções, o mesmo trajeto pode ser percorrido em menos de 30 minutos. Não há surpresa se não houver fila no trevo da Praia Mole ou para sair da praia da Joaquina, talvez apenas certa lentidão no afunilamento das pistas na Lagoa da Conceição.
Destaca-se também o lendário trevo da seta, no Rio Tavares, uma obra de gestões anteriores, apesar de sua história emblemática, viu sua eficiência ampliada com a implantação da estrada de acesso ao Floripa Airport e o trevo de distribuição do fluxo de carros entre o Campeche e o Sul da Ilha. Essas medidas não apenas agilizaram o tráfego, mas também contribuíram para uma circulação mais fluida e rápida na região. Nesta região as obras amenizaram o problema, mas as filas ainda persistem.
O Plano Diretor proposto pela Prefeitura e aprovado pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Florianópolis prevê uma cidade com mais moradores, consequentemente maior circulação de pessoas e carros, o que aponta para a necessidade de ações imediatas e consistentes que priorizem não apenas a mobilidade, mas também a criação de infraestrutura essencial, como saneamento básico, armazenamento e distribuição de água, e fornecimento de energia elétrica. Vale ressaltar que o devido descuido no texto do novo Plano Diretor com relação às normas técnicas e pontos importantes da Constituição Federal e da Legislação Ambiental (https://portalmakingof.com.br/um-plano-diretor-goela-abaixo/) é fundamental garantir o desenvolvimento sustentável da cidade, incluindo a prioritária implementação de obras de contenção de enchentes.
Nesse contexto, o prefeito Topázio Neto assume a liderança na condução dessas propostas, sinalizando comprometimento com as transformações necessárias (binários, desassoreamento de rios, construção de pontes, etc.), mas enfrenta grandes desafios como os constantes congestionamentos na área central da cidade e no norte da ilha, além do caos em dias de chuva. No entanto, a pergunta que permanece é se os futuros prefeitos terão a mesma disposição e verba pública para tratar dos desafios de uma cidade desenhada a partir das possibilidades e permissões do novo Plano Diretor? Cabe um alerta aqui a defesa civil também.
O progresso e o desenvolvimento urbano de Florianópolis, ancorado em uma mobilidade eficiente e na preservação ambiental, depende do compromisso contínuo de suas lideranças e posicionamento crítico das entidades civis em busca de soluções inovadoras e sustentáveis. Por mais binários, elevados e aproveitamento do potencial técnico dos profissionais que aqui trabalham, inclusive para a própria Prefeitura, e moradores que podem, de forma efetiva, contribuir com mobilidade da cidade e com a construção de uma cidade inteligente. Não é o posicionamento contra o progresso que está em pauta, mas a forma que o progresso pode ser ancorado pelo desenvolvimento sustentável no longo prazo. Um trabalho com foco na realidade atual, mas também comprometida com as novas gerações e isso vai muito além das liberações as flexibilizações para a construção civil. Se não for para todos, não é legal para Floripa.
