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Salvem a gente da guerra eleitoral

Reprodução
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Querer controlar a internet é como tentar conter o vazamento de uma represa tampando um furo pequeno: a água vai escorrer por uma saída em outro lugar. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, enfrentou o seu dique na guerra contra o Telegram. Mal ele havia ameaçado a suspensão do aplicativo, por não cumprir suas determinações, já circulava um tutorial sobre como driblar o impedimento através de outros meios.

No caso, grupos radicais querem ter o beneplácito do Telegram, criado por russos, para divulgar o que para eles significa liberdade de opinião, mas para a Justiça são notícias falsas. Na interpretação dos fatos está uma linha muito tênue entre o que é possível dizer e o que é censura.

A liberdade de opinar pode ser a vítima de uma decisão monocrática de um juiz, atingindo pequena ou a grande mídia. Isso não acontecia na época pré-internet, mas hoje tem proporções alarmantes pois as redes sociais abrem espaço para todo mundo opinar.

Jamais haverá consenso sobre isso, nem haverá instrumentos suficientes para impedir fake News. O que se poderia esperar é um amadurecimento do público para que ele mesmo identifique no que pode acreditar, uma espécie de seleção natural, sem intervenção de terceiros. Enquanto isso, há serviços como os grandes portais que identificam para o público o que é fato ou fake, o que já ajuda bastante. O melhor mesmo é escolher a quem seguir, sempre apostando em credibilidade. Fora isso, é acreditar em mula de sete cabeças.

 

Providências

Pressionado, o Telegram escapou e vai continuar no ar por aqui. Tudo porque cumpriu as demandas de Alexandre de Moraes, entre elas contratar um serviço de identificação de fake News. Vamos ver para crer.

 

Amostra

Os últimos dias nos deram uma amostragem no que vamos enfrentar este ano eleitoral. Nossos e-mails foram inundados de intrigas e pequenas maledicências.

Há de tudo. Os chamados bocas de aluguel, quem divulga notas redigidas por terceiros, querendo atingir certos candidatos; outros que divulgam pesquisas de instituto sem credibilidade; fora a intriga dedurando que possível candidato tem aposentadoria oficial sem cumprimento de jornada. E por aí vai.

Por mais que a justiça eleitoral tenha instrumentos para agir, estes últimos dias mostraram que estamos a caminho da disputa com o maior número de problemas dos últimos tempos. Por isso, é bom se preparar desde agora e tomar iniciativas próprias para cancelar o mal pela raiz.

 

Lacombe

Reprodução/RedeTV
Reprodução/RedeTV

Tem uma vantagem nisso tudo: quando o conteúdo é radical demais há uma seleção natural do público. É o que acontece, por exemplo, com o programa de Luiz Ernesto Lacombe, na Rede TV, que era chamado de “Opinião no ar”, e acaba de ser extinto por falta de audiência. Lacombe deixa de opinar e divulgar fake News, como na época do ineficiente kit covid, e passa a leitor de noticiário à noite, na mesma emissora.

 

Catarinense

O Campeonato Catarinense vai chegando ao final sem grandes emoções. A eliminação do Avaí afasta o interesse de grande parte da torcida da Grande Florianópolis.

Acaba sendo um problema para os debates esportivos, que estão com dificuldades de preencher o tempo, quase sempre chutando um papo sem fim sobre quem é favorito ou deixou de ser. Normalmente isso não leva a nada, tão inútil quanto as estatísticas no futebol.

 

Jornada

A CBN Dário, que enfrenta problemas de audiência no FM e perde para a Jovem Pan News há três meses, está arriscando ao colocar spots comerciais no meio da jornada esportiva. O público pode se cansar disso e mudar para algum concorrente mais ágil, porque não queira interrupções no que está ouvindo. Pelo visto, o departamento comercial pensa mesmo em faturar e vai ocupar cada vez mais espaço, se não encontra opinião sensata contrária.

 

Faturamento

Logo/Reprodução
Logo/Reprodução

Os eventos esportivos estão salvando as receitas previstas para 2022 na grande mídia. A Band está prevendo faturar pelo menos 120 milhões com os patrocinadores da Fórmula 1. Está tudo comercializado e pensa em criar produtos alternativos para ganhar mais

Já a Globo, começou a faturar com a Copa do Mundo do Catar, onde espera receita de 2,8 bilhões. Três clientes do Mundial já estão no ar. Tudo indica que 2022 será um bom ano sob o ponto de vista de comercialização.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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