Não é de hoje a luta de muita gente para ter acesso a tratamentos com o óleo derivado da planta Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha. No Brasil, o uso do óleo é permitido, mas com a liberação restrita pela ANVISA, avaliando caso a caso, o que para grande parte dos interessados acaba inviabilizando a possibilidade de tratamento para muitos problemas. Uma família de Florianópolis, que vive a causa do autismo, e compartilha os benefícios da cannabis medicinal como tratamento, abriu uma frente de esclarecimento e campanha pelo uso mais amplo e facilitado do óleo de cannabis.
Diego Pelloso Lima, jurista, radialista e podcaster, e Camila Monte Blanco Lima, publicitária, são os idealizadores do projeto Sinal Verde Cannabis. Segundo Diego, muitas pessoas os procuram diariamente para saber como é o tratamento do filho deles, autista, que usa o óleo, quais os benefícios, possíveis efeitos colaterais, onde comprar, como fazer, indicações de médicos e informações sobre a legislação (a cannabis ainda é classificada como droga no Brasil). “E com isso, sentimos a necessidade de compartilhar essas informações num canal acessível, com conteúdo relevante e, principalmente, com uma linguagem simples”, conta o casal.
O Sinal Verde Cannabis surgiu em fevereiro de 2021, apenas nas redes sociais, mas devido ao grande interesse público, decidiram desenvolver um site, que está na fase final de criação. De acordo com Diego, além do histórico profissional na área jurídica e de comunicação, o casal se especializou em cannabis medicinal e está presente nos principais congressos e eventos relacionados ao tema, no Brasil e no exterior. “Nosso objetivo é difundir conteúdos diversos sobre a cannabis, acolher famílias e, fundamentalmente, dialogar com pessoas que estão chegando agora nesse universo, compartilhando nossa experiência, trazendo luz à questão do preconceito e legislação”, afirma Diego Pelloso. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse @sinalverdecannabis no instagram.
SENHORA “Z”
Será aberta nesta sexta, 28 de maio, no Instituto Internacional Juarez Machado, em Joinville, a exposição do artista visual Rico Mendonça”. São 10 obras que marcam sua volta às exposições depois de um longo processo de reclusão e intensa criação longe dos olhos do público. Tive o prazer, a convite do artista, de assinar o texto de apresentação da exposição, que transcrevo abaixo e que ajuda a explicar um pouco como “Senhora Z” se materializou.
A criação das obras nasceu um pouco antes do surgimento da pandemia, quando o artista visual RICO MENDONÇA começou seu processo de clausura causado pela perda da sua mãe. Permanecer no isolamento depois foi um processo de cura e criação, que trouxe à cena um ser mitológico, uma mulher com várias formas, muitas mulheres ao mesmo tempo, com diversas identidades e inspiradas em Dona “Zeza”. Todas as mulheres criadas por RICO MENDONÇA carregam no modo de vestir a poesia e a cultura do vestuário como personificação das nossas identidades.
Nos cabelos, curtos ou longos, em suas variações, a força da construção e da desconstrução da feminilidade em toda sua potência, a consciência de uma mitologia autoral, que permite uma leitura contemporânea, sem deixar de lado os traços e cores clássicas, como o dourado, ressignificando um símbolo de força e poder através dos tempos.
Todas as mulheres “Z” estão inseridas em espaços de natureza, com leveza, voltadas à contemplação e reflexão, como se estivessem esperando algo chegar. Cada mulher tem seu estilo, vive, pensa e deseja diferente, mas todas elas acabam se encontrando em suas alegrias e aflições, criando uma identidade humana ancestral e futurista. A forma é a da beleza por fora, no interior só elas sabem o que se passa e como escondem suas cicatrizes, uma poetização da estética para mudar o foco, algumas vezes reveladas pelo olhar em pedidos de socorro.
A coleção foi criada toda em papel folha A4, com duas texturas de nanquim. Numa impressora de alta tecnologia, os desenhos foram aumentados e depois transferidos para o tecido de puro algodão, mantendo as nuances originais, todos repintados e finalizados com dourado e prata, traços minuciosos para criar os aspectos medievais e intuitivos de cada obra, um processo que o artista foi descobrindo e criado sua técnica.
Nesta exposição, RICO MENDONÇA, em parceria com o INSTITUTO INTERNACIONAL JUAREZ MACHADO, marca um encontro consigo mesmo para revelar uma de suas facetas de criador, um recorte de sua carreira em diversas áreas da arquitetura e da pintura, no abstrato do seu luto, expectativa, dor, amor, vitória e esperança diante do portal eterno da vida, onde a Senhora “Z” nos espera para abrirmos a alma com mais leveza.
A exposição, que abre nesta sexta (28 de maio), prossegue até 30 de julho e tem curadoria do artista plástico e Presidente do Instituto Internacional Juarez Machado, Edson Busch Machado.
LEITURA PARA TODOS
Uma das mais antigas instituições culturais do estado, a Biblioteca Pública de Santa Catarina, em Florianópolis, chega aos 168 anos de criação no dia 31 de maio. Para comemorar, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) promove uma agenda especial com atividades gratuitas abertas à comunidade. O calendário começou ontem (24 de maio) e conta com exposições, oficinas, bate-papos sobre literatura, visitas guiadas com contação de histórias, lançamento de livros e exibição de vídeos. No dia da celebração do aniversário será reaberto ao público o setor de Obras Raras, que estava fechado para reformas. Informações sobre a biblioteca e a programação do seu aniversário podem ser encontradas nos seguintes endereços eletrõnicos: facebook.com/FundacaoCatarinensedeCultura/ www.cultura.sc.gov.br
O CIRCO CHEGOU
Começou esta semana e prossegue até o dia 6 de junho a turnê do espetáculo de circo-teatro “Birita na Casa dos Fantasmas”, do Circo Teatro Biriba, nas cidades de Tijucas, Alfredo Wagner, São João Batista, São Pedro de Alcântara, Canelinha, Nova Trento, Palhoça, Major Gercino, Biguaçu e Governador Celso Ramos. O Circo Teatro Biriba é uma das mais tradicionais companhias de circo-teatro do Brasil, fundada em 1970 por Geraldo Passos, o palhaço Biriba. Atualmente é conduzido por seus netos Cesar Rosa o palhaço Birita, Janayna e Adriana Passos que, juntamente com toda a equipe mantém viva a tradição do circo-teatro brasileiro, apresentando dramas, comédias e textos infantis pelas cidades do Sul do país. O projeto da turnê nas cidades da Grande Florianópolis faz parte do Programa SC Mais Cultura, do Governo do Estado. A programação completa das apresentações pode ser acompanhada no site da Fundação Catarinense de Cultura (FCC); cultura.sc.gov.br.
UMA DÉCADA DE COLUNISMO
E fecho a coluna hoje com um parabéns especial a querida amiga e colega de profissão, jornalista, escritora, poetisa e colunista. Hoje, Yula Jorge está comemorando dez anos de colunismo. O registro é uma homenagem de admiração e afeto a essa corajosa mulher, que faz das palavras o gosto pela vida e da vida uma festa sempre pronta.
_______________________________
Até a próxima semana e já chegando a metade do ano, vamos no fôlego.
@anselmoprada no Instagram
