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Uma Copa de começos e despedidas

Reprodução/Globo

A Copa do Qatar chegou ao final ontem, 18, carregada de simbolismo, dentro e fora de campo. Fora, mostrou a tenacidade dos qatarenses de construir um país no deserto e uma competição em lugar em que a natureza não facilita o esporte ao ar livre. Venceu a capacidade econômica e a criatividade que isso pode gerar, com estádios fantásticos, inclusive com ar condicionado. Por um período, foram esquecidas as questões culturais e os direitos humanos, escondidos por 30 dias atrás dos efeitos eletrônicos que embelezaram as partidas.

No campo, encerrou-se na seleção argentina o reinado do gênio Lionel Messi, campeão mundial aos 35 anos, nascido em Rosário, iniciado no futebol em campos de areião, como grande parte do seus sofridos compatriotas, mergulhados em crise sobre crise. E iniciou-se o do francês Kylian Mpabbé, 23 anos, autor de três gols na final e artilheiro da Copa.

 

Despedida

Nas cabines de rádio e TV, no estádio Lusail, outra despedida: a do narrador Galvão Bueno, depois de dez finais de Copa do Mundo. Aos 72 anos de idade, 41 de Globo, ele tem contrato até 2024, garante que não irá mais a copas, mas deixa em aberto o que irá fazer até lá. Em outros dois momentos, ele havia anunciado a aposentadoria, mas voltou atrás. Desta vez, recebeu uma bonita homenagem no final da jornada, quando foi aplaudido de pé pelos colegas. Um vídeo especial mostrou grandes momentos da carreira dele, com os títulos do tetra e do penta e as vitórias e morte de Ayrton Senna.

Galvão sabe que deve ocupar o microfone enquanto tem recall de profissional diferenciado. Saber quando parar é tão importante quanto saber até onde ir.

 

Concorrência

Reprodução

A questão para a Globo é que Galvão não deixa substituto a altura. Provavelmente sua cadeira será ocupado por Luís Roberto, no momento, o narrador número 2. Até agora, quando teve exclusividade de algumas competições, a emissora podia  colocar quem bem entendesse nas transmissões de futebol, mas a medida que surgem concorrentes, não será tão fácil. Basta ver o sucesso da CazéTV que ocupou o espaço no streaming conquistando audiência e receita.

 

Comentário local

Reprodução

Na TV regional, o Qatar abriu espaço no comentário para Rodrigo Faraco, que soube aproveitar a oportunidade. Já na reportagem, a equipe da NSC volta da Copa sem nenhuma medalha na bagagem, com trabalho discreto e burocrático.

Outro espaço que se abre é na apresentação do Globo Esporte, já que a jovem Duda Dalponte vai para a SporTV. Funciona mais ou menos como os times de futebol local: quando o jogador começa a se destacar, vai para um time grande. Não faz muito sentido, a proposta era que os melhores ficassem por aqui.

Substituí-los não requer invenção nem oportunismo.

 

Foi mal

Em comentário anterior, foi dito aqui que o narrador Cleber Machado estava no Qatar. Na verdade, ele foi mais um da equipe que a Globo escalou para trabalhar em estúdio no Rio.

 

Dança

Nem sempre o final do ano é de sossego na área de conteúdo. Na Record nacional há a previsão de demissões e de renegociação de contratos e salários. Rodrigo Faro, eterno apresentador de domingo, está em discussão sobre o futuro, pois a Record quer baixar seu salário de 1,2 milhão para 300 mil. Outros estão na mesma rota.

Na Band também há inquietação devido aos custos. No caso, Faustão, com seu programa diário tem consumido grande verba de produção, deixando pouco para os demais. Com isso, ele estaria sendo sondado pela Record para a possibilidade de um programa dominical.

Na Folha de São Paulo, o modo economia também pegou o pessoal mais antigo da redação, entre eles Janio de Freitas, aos 90 anos, um colunista de grande poder de resistência nos momentos de grande dificuldade para a imprensa.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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