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Brilhantes, loucas, heroínas, assassinas…

Rosamund Pike em "Radioactive"/Divulgação

Brilhantes, loucas, heroínas, assassinas…

No Mês da Mulher, nada mais pertinente do que falar sobre como o cinema e a televisão têm retratado as diversas facetas femininas. Há perfis para todos os gostos, das mulheres mais heróicas as mais desequilibradas.

A coluna selecionou histórias de mulheres reais, mas muitas outras – verdadeiras ou ficcionais – tornaram-se fonte de inspiração infinita para diretores e roteiristas. Essas são as mais recentes e estão disponíveis nas principais plataformas de filmes e séries.

 

  • HERÓICAS E PIONEIRAS

Radioactive  – direção: Marjane Satrapi – 2020 – Netflix

A pesquisadora polonesa Marie Skolodowska ficou conhecida como Marie Curie, ao adotar o sobrenome do marido, o cientista francês, Pierre Curie. No ano de 1891, ela se mudou da Polônia para a França, onde estudou física, química e matemática na Universidade de Paris, sendo uma das raras mulheres a trabalharem nesta área naquela época. O filme retrata o trabalho do casal na descoberta de dois elementos químicos: o rádio e o polônio. Eles receberam o Prêmio Nobel de Física, em 1903, o primeiro Nobel a ser concedido a uma mulher. Marie tornou-se também a primeira pessoa a receber o prêmio de novo, dessa vez em Química. Rosamund Pike interpreta essa mulher extraordinária e sua luta contra o machismo e a xenofobia.

 

Madam C.J.Walker – 4 episódios – 2020 – Netflix

Reprodução/Divulgação

A carismática Octavia Spencer vive a história da ativista social Madam C.J. Walker, primeira mulher dos Estados Unidos a conquistar a própria fortuna. Ela ficou milionária ao criar uma linha de produtos capilares e cosméticos para mulheres negras.

 

Meu nome é Paulie Murray – documentário – 2021 – Prime Vídeo

Reprodução/Divulgação

Pauli Murray, nascida em 1910, sempre teve muitas dificuldades para alcançar seus objetivos. Negra, não binária, poeta e pastora, Pauli tornou-se ativista pelos direitos civis e humanos nos Estados Unidos, lutando pela igualdade de gênero e abrindo caminho para as próximas gerações.

 

My name is now, Elza Soares – direção: Elizabeth Martins Campos – 2018 – Looke

Reprodução/Divulgação

É muito bom quando alguém recebe reconhecimento e homenagens em vida. Foi assim com Elza Soares, falecida em janeiro do ano passado. Mais que apenas uma grande cantora brasileira, ela foi dona de uma história de vida extraordinária. O documentário recebeu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e Melhor Trilha Sonora em 2019.

 

  • AMIGAS

Júlia – direção: Fred Zinemann – 1977 –

Reprodução/Divulgação

Graças a esse filme descobri a escritora Lillian Hellman. É ela quem procura a amiga de infância Julia, que se juntara ao movimento de resistência contra o Nazismo. É uma linda história de amizade e coragem, onde Jane Fonda interpreta Lillian e Julia é vivida pela maravilhosa Vanessa Redgrave que levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel. Jane Fonda perdeu para Diane Keaton em “Noivo neurótico, noiva nervosa”, de Woody Allen. O filme ganhou ainda o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

 

Adoráveis Mulheres – direção: Greta Gerwig – 2020 

Reprodução/Divulgação

O romance “Little Women”de Louisa May Alcott, lançado em 1868, já foi adaptado tantas vezes para o cinema e a televisão que é difícil lembrar de todas. Lá nos primórdios já houve um filme mudo britânico lançado em 1917, outros três filmes feitos para televisão nos anos 40 e uma minissérie da BBC dividida em seis partes, que foi feita em 1950. Houve 48 adaptações do romance feitas entre 1935 e 1950 para a rádio, e até musicais como “A Girl Call Jo”, de 1955, ou o musical do canal de televisão norte-americano CBS realizado em 1958. Só nos últimos dois anos, o romance de Alcott foi adaptado três vezes para cinema e para televisão, talvez mais do que qualquer outra obra literária.

Embora ficcional, “Adoráveis Mulheres” está na nossa lista porque tem muito de autobiográfico. A autora conta a história de amizade e afeto entre as irmãs Jo, Beth, Meg e Amy que amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta na época em que os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras. Esta nova versão modernizada, traz um elenco bem conhecido: Saoirse Ronan, Emma Watson e Florence Pugh.

 

  • INIMIGAS

Feud – minissérie – 8 episódios – Star+

Reprodução/Divulgação

Fiquei muito contente ao descobrir que a Star+ reprogramou a minissérie. É uma chance de assistir a uma das mais interessantes produções seriadas dos últimos anos, principalmente para quem adora cinema. Para começo de conversa, “Feud” ( Rixa/Disputa) traz duas grandes atrizes interpretando outras duas grandes atrizes. Susan Sarandon é Bette Davis e Jessica Lange vive Joan Crawford. A minissérie retrata a famosa rivalidade das duas divas, já no ocaso, principalmente de Crawford, durante a filmagem de “ O que terá acontecido a Baby Jane”, de 1962. Mas, existe mais que só a competição entre elas. Podemos ver os bastidores de Hollywood e o trato com as atrizes depois de uma certa idade, além da flagrante admiração de Joan por Bette Davis. O elenco traz outros nomes conhecidos como Catherine Zeta-Jones, Alfred Molina e Stanley Tucci. A minissérie recebeu, merecidamente, vários prêmios.

Nota: Já está pronta a 2ª temporada de “Feud”. Desta vez a rixa envolve o escritor Truman Capote. Naomi Watts E Demi Moore estão no elenco cheio de estrelas de Feud: Capote’s Women. Tom Hollander interpreta o polêmico escritor que se deu mal quando resolveu contar a intimidade de suas ex-amigas.

 

Duas rainhas – direção: Josie Rourke – 2019 –  Prime Vídeo/Google Play

Reprodução/Divulgação

As personagens existiram realmente, mas o encontro entre elas nunca aconteceu. Na trama, Mary Stuart, ainda criança, foi prometida ao filho mais velho do rei Henrique II, Francis, sendo levada para França. Assim que Francis morre, Mary volta para a Escócia, em uma tentativa de derrubar sua prima Elizabeth I, a Rainha da Inglaterra. Dois nomes que estão em voga em Hollywood interpretam as rainhas: Saoirse Ronan (Mary) e Margot Robbie (Elizabeth). “Duas Rainhas” concorreu aos Oscars de Melhor Figurino, Penteados e Maguiagem.

 

  • CRIMINOSAS

Alguma coisa sobre Pam – 7 episódios – Star +

Reprodução/Divulgação

“The thing about Pam” é uma minissérie baseada em crime real. A oscarizada Renné Zellweger interpreta Pam, dona de casa e melhor amiga de Betsy Faria que enfrenta um câncer. Um belo dia, Betsy é assassinada com cinqüenta facadas dentro de casa e a suspeita recai sobre seu marido e padastro das duas filhas dela. O crime realmente aconteceu no Missouri, em 2011. Renné/Pam tem uma interpretação bem teatral e irônica, enquanto fala pelos cotovelos com a mídia e ajuda os investigadores a incriminarem o marido da amiga. Só que nem tudo é o que parece.

 

Candy- Uma história de paixão e crime – minissérie  – Star +

Reprodução/Divulgação

A minissérie acompanha os eventos que antecederam o assassinato de Betty Gore a machadadas dentro de casa. Ela e Candy eram vizinhas há anos e tinham uma relação amigável. Um dia, entediada com o casamento, Candy – a dona de casa, mãe e esposa perfeita –  inicia um caso extraconjugal com o marido de Betty, Allan Gore. Os dois passaram meses em um intenso relacionamento sexual, mas a culpa pesou a consciência de Allan e ele decide encerrar o caso entre os dois. Como Candy já estava começando a perder o interesse na relação, ela aceitou o término tranquilamente. Mas dias depois, quando foi visitar Betty em casa, Candy percebe que a amiga descobriu a infidelidade e estava transtornada. No confronto entre as duas, tudo acaba mal. Candy é interpretada por Jessica Biel, tentando deixar de lado sua conhecida beleza e investindo na personagem de cara comum.

Obs.: Acaba de sair outra adaptação dessa história real, ocorrida em 1980, com o título de “Love and Death” pela HBO Max.

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EXTRA PAUTA

CHEGOU!!!

Já está disponível no Prime Vídeo um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme este ano: Tudo em todo lugar ao mesmo tempo. Ele concorre em dez categorias, entre as quais: Melhor Direção, Melhor Atriz (Michelle Yeoh), Melhor Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu), além de Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan).

O filme dos Daniels (Daniel Scheinert e Daniel Kwan) junta humor, ritmo acelerado e investe no multiverso, agradando o público jovem. Considerado inovador, “Tudo em todo lugar” tem conquistado grandes elogios de público e crítica. Do outro lado, estão os detratores do longa. Confesso que me cansa um pouco esse excesso de “marvelização” do cinema, mas dia 12/03 saberemos se ganha a “novidade” ou um clássico, como “Nada de novo no front”. De resto, adorei a atuação de Michelle Yeoh, que pode tornar-se a primeira intérprete asiática a receber o Oscar de Melhor Atriz, caso não seja “atropelada” pela indefectível Cate Blanchet em “Tár”. A ver.

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THE END

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

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