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Corrupção que asfixia

Corrupção que asfixia
Imagem de Łukasz Dyłka por Pixabay

Conhece alguém que foi internado por problemas com Covid-19 e teve que esperar para ter acesso a um respirador? Que teve que dividir o respirador com outros pacientes? Ou mesmo sofreu em casa por falta de leitos e de respiradores nos hospitais? Em Santa Catarina foram registrados 1.148.649 casos, 1.117.498 “recuperados e 18.581 mortes, mas o que deixa a população perplexa são os 33 milhões destinados para a compra de 200 respiradores em março de 2020 (bem no início da pandemia) que sumiram, em meio a uma grave crise sanitária.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou nove empresários e cinco agentes públicos suspeitos de envolvimento na compra por parte do governo catarinense. Os empresários denunciados vão responder por organização criminosa, estelionato, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Um ex-servidor vai responder por estelionato e obstrução da investigação, outra servidora responderá por peculato culposo, uso de documento falso e obstrução da justiça, os demais servidores responderão por peculato culposo e por suposta negligência.

Quem vai se safar das acusações? Quem vai ser considerado culpado pela justiça? Essas perguntas serão respondidas com o desdobramento da denúncia. No entanto, os penalizados são conhecidos e estão espalhados pelo Estado: são os agentes de saúde que tiveram que escolher quem teria acesso ou não aos respiradores disponíveis, uma questão muitas vezes de vida, de morte ou muito sofrimento, às pessoas que sentiram na pele a falta de ar por falta do equipamento e as famílias, que viveram a angústia de ver os seus entes queridos sofrerem com o descaso dos agentes públicos e dos empresários que se lançaram num processo de compra de respiradores fantasmas. Quem sabia? Quem lucrou com isso? Que seja exemplarmente punido.

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