O Brasil amarga a maior crise hídrica dos últimos 91 anos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, os reservatórios das regiões Centro-Oeste e Sudeste, atuam com apenas 23,01% de sua capacidade. Santa Catarina também segue em estado de alerta.
Com a diminuição das chuvas, inclusive no período em que deveriam ter ocorrido com mais frequência e volume, as termelétricas a carvão são acionadas para auxiliar o sistema país afora, já que as hidrelétricas não conseguem sustentar o consumo, causando o encarecimento da conta de energia e provocando rodízios no abastecimento de água, na tentativa de diminuir o uso e evitar apagões e a suspensão do fornecimento de água por longos períodos.
Estudos feitos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp mostram que nas últimas décadas há um déficit de chuvas, com relação direta ao aquecimento global. Em outro estudo mais recente e inquietante, pesquisadores temem que até o fim do século 21, as chuvas no hemisfério sul diminuam em até 30%.
Não adianta ligar para São Pedro pedindo chuva e fechar os olhos para o desmatamento, as queimadas, a destruição desenfreada da natureza. O meio ambiente devolve os cuidados recebidos com abundância e a falta desses cuidados com a escassez ou os temidos desastres ambientais. Se a exploração e o lucro pretendido é no curto prazo, as consequências também chegam no curto prazo. Na última semana, o temor do Presidente Jair Bolsonaro era a crise de desabastecimento provocada pela falta de fertilizantes. Ele que fique atento, pois a crise de desabastecimento também poderá ser provocada pela falta de água e energia (das hidrelétricas) provocada pelo apagão das políticas públicas.
