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Jornalistas posicionados do JN: pode ou não pode?

Montagem/Reproduções/Globo

Em tempos de youtubers milionários, podcasts sem compromisso ético e streaming em franco crescimento, o Jornal Nacional conseguiu virar foco de atenção na semana passada com as entrevistas políticas. E por isso teve audiência recorde, superando os números do ibope que normalmente tem por estar posicionado antes e depois das novelas da noite.

Só que entre tantos comentários que gerou, movimentando as mídias sociais e as equipes de divulgação dos candidatos, sobraram inúmeros para William Bonner e Renata Vasconcellos. Nesse ponto, jornalistas mais experientes se contorceram nos sofás de suas casas: o comportamento deles foi adequado para entrevistadores?

A resposta é: exageraram.

Exageraram nas perguntas longas, na insistência em reverter a opinião que já havia sido expressada pelo entrevistado, em ter deixado de lado questões delicadas de cada um e por não ter sabido sair das perguntas pré-concebidas nas reuniões preparatórias de pauta.

Exageram também em certos trejeitos, em especial de Bonner, como se estivesse indicando raiva ou ironia, embora provavelmente não fosse o desejo dele fazer isso, atribuído mais ao nervosismo e medo de errar do que posicionamento.

Resumindo: não pode se posicionar nem parecer posicionado.

 

Band nota 10

Reprodução/Band

Enfim, um debate para valer. O programa da Band ontem à noite correspondeu a todas as expectativas. Teve fluência no andamento, regras que permitiram o confronto de ideias, cenário futurista e seleção de imagens adequada.

Um dos momentos chave se deu no primeiro bloco com perguntas livres entre candidatos. Coube a Bolsonaro iniciar a rodada perguntando a Lula sobre corrupção. Embora tenha dito que esperava a pergunta, ou seja, supõe-se que estivesse preparado para responder, o ex-presidente teve dificuldade com o tema, não respondeu diretamente à questão e desfilou as realizações de seu governo.

No segundo bloco, voltaram a se enfrentar, em um momento que a regra sorteada favoreceu o perguntador, no caso Bolsonaro, que na tréplica disse que Lula é mentiroso.

As táticas dos dois líderes das pesquisas foram claras: Bolsonaro atacar Lula com corrupção, Lula manter falar mais para empresários e a comunidade esclarecida do que para o povão.

 

Momentos

Dois momentos desagradáveis do debate. Um quando Bolsonaro atacou a jornalista da TV Cultura, Vera Magalhães: ”Acho que você dorme pensando em mim, você não pode tomar partido em debate como esse. Você é uma vergonha para o jornalismo”. Ela perguntou a Ciro, com comentário do atual presidente, sobre a recuperação do plano nacional de imunização, lembrando a desinformação sobre vacina difundida pelo governo.

A reação de Bolsonaro desagradou a equipe do presidente, preocupada em descolar a imagem de que ele não gosta de mulheres.

Outro momento desagradável ocorreu nos bastidores, com bate-boca entre as equipes. Um deles contrapôs o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Sallles e André Janones, do Avante (foto), quando o tema no palco foi agronegócio.

Reprodução

 

Modelo

Depois do debate de ontem o modelo está estabelecido. Será difícil fazer melhor.

 

Verdade

Certos currículos não resistem a um telefonema de checagem.

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