Estudo falho. A eleição de 2018 dividiu o país e a pandemia aumentou o abismo entre os dois lados de forma insana, pois também fez crescer as notícias falsas para dar respaldo à pautas absurdas, como por exemplo a interferência político-ideológica na indicação de medicamentos. No Brasil medicamentos sem eficácia contra Covid-19 tiveram como garoto propaganda Jair Bolsonaro, Presidente do país, que apoiado por notícias falsas divulgadas pelas redes sociais fizeram muita gente acreditar em tratamento precoce e no uso dos medicamentos sem eficácia contra a doença, mas a verdade vem á tona: o trabalho na pandemia de Didier Raoult, médico francês que defendeu o uso da Cloroquina baseado num estudo científico falho, finalmente foi enquadrado oficialmente pela Câmara Disciplinar do Conselho de Medicina Francês como CHAR-LA-TA-NIS-MO. Tendo por parâmetro o que aconteceu na França e o que aconteceu por aqui, como deveria ser classificado “o trabalho” do Presidente do Brasil na pandemia indicando medicamentos sem eficácia, posicionando-se contra o uso de máscara, a ciência e a vacina, além de promover aglomerações e motociatas por todo o país?
Cobaias humanas. Segundo o El País, a revista científica britânica British Medical Journal (BMJ) divulgou uma nota na qual expressa suas preocupações a respeito do estudo publicado na própria com uso de dose inédita do medicamento Proxalutamida num paciente com covid-19 em Brasília. O tratamento foi conduzido pelo endocrinologista Flávio Adsuara Cadegiani, sem respaldo ético e científico necessário. O BMJ reforça as preocupações levantadas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) a respeito do experimento liderado por Cadegiani, que teria usado 645 cobaias em três Estados brasileiros com a mesma droga. Isso pode ter levado ao óbito de 200 pessoas e estaria “entre as piores violações de ética médica do Brasil”.