Portal Making Of

Como fica a economia após revés da taxa básica de juros?

Como fica a economia após revés da taxa básica de juros?
Imagem de flyerwerk por Pixabay

Decisão esperada. Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic – juros básicos da economia – de 5,25% para 6,25% ao ano. A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. Esse foi o quinto reajuste consecutivo na taxa Selic.

Inflação.  A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o indicador fechou no maior nível para o mês desde 2000 e acumula 9,68% em 12 meses, pressionado pelo dólar, pelos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

Crédito mais caro. O remédio é amargo e a elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 4,6% para a economia em 2021. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Entre a consequência esperada e a realidade. Ao reajustar a taxa de juros para cima, o Banco Central espera segurar o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, porém a inflação no Brasil está longe de ser provocada por pressão da demanda. O problema por aqui está relacionado à inflação de custos alimentada pela desvalorização do real e falta de confiança no mercado, ou seja, a decisão de aumentar a taxa básica de juros pode atrapalhar a retomada da economia. Centrar atenção na desvalorização do real frente ao dólar e recuperar a confiança dos investidores é o melhor caminho para estabilizar os preços no país. Até porque a cadeia produtiva, os serviços e o poder aquisitivo da população são contaminados pelos aumentos sucessivos nos combustíveis causados pela política de preços da Petrobras que está atrelada ao dólar e a desvalorização do real frente a essa moeda, e isso encarece ainda mais os preços por aqui.

Os riscos ainda são altos no Brasil. O país poderia estar passando por um período de intensa euforia mas, segundo a avaliação faz parte do Boletim Macro do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), os riscos fiscais e políticos, somados aos gargalos de oferta, impedem que um cenário mais otimista se concretize. De acordo com o boletim, o mundo está entrando em uma nova fase, menos assustadora que a do auge da pandemia. No caso do Brasil, enquanto o impacto da crise sanitária retrocede, outros fatores contribuem para que o cenário seja “moderadamente otimista”, como inflação em alta e de elevado risco fiscal e político.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Prêmios e prisões agitam Santa Catarina

A Importância da escolha consciente nas eleições municipais Santa Catarina ganhou destaque nacional na última semana, porém, com notícias contrastantes. Enquanto os municípios de Treviso,

Santa Catarina atrai gigante da tecnologia

Governo Estadual Assina Parceria Estratégica com TP Link, Líder Mundial em Roteadores O governador Jorginho Mello formalizou um protocolo de intenções entre o Governo do