Carlos Melles, o atual presidente do Sebrae Nacional que foi eleito em dezembro de 2022 para um mandato de quatro anos, encaminhou carta de renúncia na noite de quarta-feira, 29, para o Conselho Deliberativo Nacional da entidade.
O ato ocorreu após um acordo do presidente do Conselho Deliberativo Nacional, o catarinense José Zeferino Pedrozo, com Paulo Okamotto, que já foi presidente do Sebrae e vinha trabalhando a renúncia a pedido do presidente Lula da Silva.
O Governo Federal precisava de 11 dos 15 votos do Conselho para destituir Melles, mas só conseguiu esse número nessa semana com o apoio de Pedrozo. Para não sofrer o constrangimento, o presidente do Sebrae preferiu a renúncia.
Carlos Melles foi um apoiador do governo de Jair Bolsonaro (PL) e foi eleito presidente do Sebrae com a chancela do ex-presidente que via na entidade uma forma de obter o apoio do micro e pequeno empresário brasileiro.
“O Sebrae Nacional não poderia ser um partido, muito menos, um partido de Oposição. O Sebrae nasceu para ser o parceiro dos micros e pequenos empreendedores, parceiro da Democracia e parceiro do governo do presidente Lula no próximo período”, afirmou Décio Lima, após receber a informação da renúncia.
Com isso, o governo Lula venceu o impasse de quase dois meses para destituí-lo da presidência do Sebrae e indicar Décio Lima, escolhido do presidente da República.
O Sebrae tem 2.649 pontos de atendimento espalhados pelo país e está implantando uma agência de financiamento orientada para pequenas empresas. O orçamento anual do Sebrae Nacional beira a casa dos R$ 4,5 bilhões.
Uma nova reunião deve acontecer nos próximos dias para os encaminhamentos da posse, que deve ocorrer no dia 10 de abril.