O setor produtivo catarinense está fazendo campanha para chamar atenção do Governo para as necessidades urgentes das rodovias. Será que isso significa que as reuniões regadas a um bom coffee break ou a um menu incrementado para apresentação de planos de governo podem não ter tido um retorno eficiente ao longo dos anos?
O Presidente Jair Bolsonaro anunciou o parco investimento de R$ 997 milhões destinados a obras por todo o país e em vários estados, mas sem nenhuma obra contemplada para Santa Catarina. Enquanto isso, segue o esforço dos empresários catarinenses, numa campanha liderada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), para chamar a atenção para as necessidades urgentes de manutenção, conservação e ampliação das rodovias.
O grito justo dos empresários para as condições precárias das rodovias ecoou na sede administrativa do Governo Catarinense e levou a assinatura de um convênio de cooperação técnica entre o Ministério da Infraestrutura. O convênio tem o objetivo de acelerar obras de duplicação na BR-470 e em mais três rodovias federais que cortam o estado, mas o dinheiro vai sair dos cofres do Estado não do Governo Federal. Pelo acordo, o governo estadual repassará ao governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), R$ 465 milhões para aplicação em quatro rodovias: a BR-470 receberá R$ 300 milhões; a BR-163, R$ 100 milhões; a BR-280, R$ 50 milhões; e a BR-285, R$ 15 milhões. A transferência recebeu aval da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Ao que parece nem sempre o apoio político se reverte em ações concretas para uma causa ou necessidade, mesmo que isso seja para gerar mais riquezas para o Estado e, consequentemente, mais impostos para o Governo. Santa Catarina é o estado onde o presidente Jair Bolsonaro conquistou mais votos, em relação aos outros estados, com a margem de 65.82% dos votos. Na prática o “compromisso de campanha” nem sempre se reverte em ações de um Governo eleito, de um deputado ou senador, por isso atenção redobrada na definição das pautas e dos apoios políticos para as próximas eleições, pois nem sempre o sorriso pré-eleitoral é o mesmo pós-eleição e, na lista de prioridades dos eleitos, o setor produtivo catarinense pode ficar de fora.