Para quem costuma se atualizar com os fatos do momento, os últimos dias foram terríveis, com tragédias de grandes dimensões. Ao mesmo tempo, perdia-se o filósofo que se dedicou a celebrar a vida, o italiano Domenico de Masi, autor de “O ócio criativo”. Um cidadão do mundo, que circulou por Santa Catarina inúmeras vezes a convite do ex-governador Luiz Henrique da Silveira.
As tragédias vieram da África, do Marrocos, atingido por um terremoto devastador, mas sobretudo aqui do vizinho Rio Grande do Sul, com inúmeras vidas perdidas e cidades devastadas por um ciclone.
As imagens gaúchas circularam o mundo.
O trabalho da imprensa foi exaustivo durante toda a semana passada e testemunha, desde o primeiro dia, da dor dos que perderam bens materiais, parentes e amigos. Os primeiros repórteres que chegaram às cidades devastadas foram impactados pelos pedidos de ajuda, até por uma garrafa de água.
Nas redações e por trás das câmeras, os jornalistas também choraram de dor. Como relatou o repórter da RBS TV, Cristiano Dalcin, em texto publicado na rede social, quando lembrou as inúmeras coberturas que fez de eventos tristes, como o incêndio da boate Kiss e o cortejo fúnebre das vítimas do acidente da Chapecoense.
Escreveu ele sobre o Vale do Taquari:
“A gente não cria escudo para tragédia. Nem com 20, 30 anos de trabalho…
…o nó na garganta é incômodo, mas não é nada diante da imensa dor que nós, jornalistas, presenciamos. Todo vez que esse nó retorna não tenho vergonha de chorar.”
Insensível?
Toda essa dor não comoveu a presidência da república que se mandou para mais uma viagem internacional, sem fins imediatos, tentando remediar depois com o envio de outras autoridades para o Sul.
E como se não bastasse esse sentimento de ausência, a primeira dama se comportou como uma turista terceiro mundista ao chegar á Índia dançando. Apagou depois do estrago de imagem.
Monte Cristo
E por aqui, o que restou do reservatório da Casan. Só não foi uma tragédia maior, com perda de vidas, por detalhe. A partir de agora, a mídia tem a missão de continuar a cobrar das autoridades a responsabilidade pelo que aconteceu e a punição pública dos responsáveis.
E, ainda mais importante, questionar o futuro da Casan, com a visão das indicações políticas em vez de técnicas. O exemplo está na recente troca de comando quando o governo já tem nove meses. O que o novo presidente tinha a dizer na entrevista de primeira hora do incidente? Muito pouco.
Previsão
A discussão está voltando: é o serviço de meteorologia brasileiro competente para prever as tragédias?
Uma coisa é óbvia: alguma coisa está errada na informação – no conteúdo ou divulgação. Se fosse o contrário não haveria tantas vítimas desavisadas em temporais.
Escrita
E informando sobre o terremoto em Marrakech, a Globo inova na grafia da bela cidade marroquina.
Morto?
E o Diário Catarinense também inova novamente em título:
Bola em jogo
E enquanto isso rola o futebol.
Bastou a seleção brasileira golear a caquética Bolívia para os ufanistas voltarem. Brasil deu show e Neymar volta a ser o cara.
A conferir mais adiante.