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Deus ainda é brasileiro e o cinema nacional pode provar

Filmagens de "Deus ainda é brasileiro", de Cacá Diegues, em Alagoas. (Foto: Reprodução/Instagram @lcbarretoproducoes)

A história do cinema brasileiro é cheia de altos e baixos. É preciso coragem e paixão para encarar uma atividade tão difícil e instável como essa em nosso país. Por isso, é uma alegria imensa ver um dos meus diretores favoritos voltar ao set, aos 83 anos, para filmar Deus ainda é brasileiro. Em 2003, Carlos Diegues dirigiu Deus é brasileiro, uma história deliciosa baseada no conto “ O santo que não acreditava em Deus”, de João Ubaldo Ribeiro, onde Antonio Fagundes interpreta o todo poderoso cansado de suas funções divinas. Para tirar férias, ele precisa encontrar um santo para ficar em seu lugar e vem procurá-lo no Brasil. Seu guia aqui é Taoca, um pescador que vê no Senhor a possibilidade de livrar-se de problemas pessoais. Esse personagem impulsionou a carreira de um dos nossos atores mais talentosos: Wagner Moura. Agora, Cacá está rodando em Piranhas, Alagoas, seu estado natal, não uma continuação, mas um spin-off, ou seja, uma história derivada do original. Deus ainda é brasileiro traz novamente Antonio Fagundes no papel do Criador e, segundo o diretor, trata-se de um filme “ com e sobre esperança”, depois dos últimos anos tumultuados para a área artística no Brasil.

O novo trabalho de Cacá Diegues me dá a oportunidade de homenageá-lo. Ele é um dos cineastas que me ensinou a amar o cinema brasileiro com seu  Bye bye Brasil (1980), Chica da Silva (1976) e, o meu favorito, Chuvas de Verão (1978). Ele dirigiu também Joana, a francesa; Orfeu, Um trem pras estrelas; Tieta do Agreste, Cinco vezes favela ( 1 episódio), O grande circo místico, entre outros.

Cacá é uma dessas criaturas incansáveis que mantiveram o cinema brasileiro vivo, mesmo diante de adversidades como a censura durante a ditadura militar e também do que ele chamou de “patrulha ideológica”, ou seja, a crítica da esquerda a toda obra que não fosse abertamente política e contestadora.

Mesmo durante o chamado regime democrático, o cinema nacional foi alvo de boicote nos governos Collor e Jair Bolsonaro. A arte cinematográfica era vista como incômoda ou irrelevante, levando à extinção da Embrafilme, agência fomentadora da produção nacional na época, pelo primeiro; e com desprezo pelo segundo, ao colocar pessoas despreparadas gerindo o segmento e adotando critérios discutíveis de apoio. Uma lástima, principalmente porque a produção brasileira estava vivendo uma excelente fase antes disso. Mas, entre perdas e danos, nosso cinema sobreviveu. Mais uma vez.

Durante a 52° edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2019, Cacá apontou “um dramático paradoxo — vivemos o melhor momento da história do cinema brasileiro, produzindo cerca de cento e setenta  filmes no ano passado, com prêmios e sucessos no Brasil e no exterior, enquanto somos ameaçados de extinção pelo poder público nacional que nos quer ver pelas costas. (…)Os que foram eleitos como representantes do povo precisam respeitar a vontade do povo que os elegeu e quer ver nossos filmes. Pode-se criar uma crise financeira de produção. Pode-se enchê-lo de outras muitas dificuldades. Mas ninguém nunca vai conseguir acabar com o cinema brasileiro. Nunca.”

Assim seja, Cacá ! Muito obrigada por resistir e inspirar novos cineastas.

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Os ‘Retratos Fantasmas’ de Kleber Mendonça

A distribuição desigual do espaço entre as produções estrangeiras ( leia-se norte-americanas) e os filmes brasileiros é um dos maiores entraves enfrentados pelos criadores. Comecei a contar em quantas salas estão em exibição “ Barbie” e “ O Besouro Azul”, em Florianópolis, e parei quando cheguei a dez (cada um!).  Já o novo filme de Kleber Mendonça Filho, Retratos Fantasmas, está disponível em uma única sala e horário na cidade. [Atualizando: o filme entrou em exibição em mais uma sala de Florianópolis hoje].

Responsável por filmes como “Bacurau” (em parceria com Juliano Dornelles) , “Aquarius” e “Som ao redor”, Kleber Mendonça  Filho, aos 54 anos, firma-se como um dos principais cineastas brasileiros, cuja obra repercute em festivais pelo mundo. Seu trabalho merecia mais espaço no país natal.

Sobre Retratos Fantasmas: com linguagem documental e toques ficcionais, o filme de Kleber toca fundo o coração de cinéfilos, principalmente dos que nasceram antes das salas de exibição confinadas em shoppings centers. O documentário mostra o apartamento da família, onde o diretor filmou curtas e seu primeiro longa, “O Som ao Redor”; os antigos cinemas de rua do centro do Recife; finalizando com Kleber discutindo cinema com um motorista de Uber. Em uma palavra ? Imperdível . [Espia o trailer]

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Entrevista

Marcos Bernstein e os “Tempos de barbárie”

O diretor e roteirista carioca, Marcos Bernstein, falou com exclusividade para a coluna sobre seu novo filme Tempos de barbárie – Ato I –Terapia da Vingança, em cartaz em várias cidades. Bernstein que é co-roteirista de “ Central do Brasil”, “ Terra Estrangeira” e “ Faroeste Caboclo”, dirigiu os longas “ O outro lado da rua”, “ Meu pé de laranja Lima”,  “A era dos campeões” e “ O amor dá voltas”. Diferentemente de seus trabalhos anteriores que falam da busca e encontro do afeto, “Tempos de barbárie” é um drama, com ação e suspense, retratando uma mãe, a advogada Carla ( Cláudia Abreu), em processo de destruição depois de sua filha ser atingida por uma bala perdida durante um assalto. Será que a vingança pode servir de terapia para a dor?

O filme traz ainda no elenco Julia Lemmertz, Alexandre Borges, Roberto Frota, César Mello e Adriano Garib. Em resumo: um filmaço!  [Veja o trailer no final da entrevista].

 

“Tempo de Barbárie” é um título que parece falar muito sobre o momento em que vivemos, em que a morosidade da Justiça, a corrupção policial e a sensação de impunidade têm gerado cada vez mais episódios de cidadãos comuns que decidem assumir as funções estatais de julgamento e execução penal. A história surgiu de algum caso real específico?

A questão da violência no Brasil é histórica.  É um país construído na violência contra o índio, escravidão, disputas por território e que depois foi se convertendo em violências sociais, violências estatais, violências criminais, e a questão da violência por arma de fogo, mais especificamente, que tem a ver com o filme e é uma coisa endêmica na nossa sociedade, já meio que se perpetuou nas últimas décadas, com cerca de quarenta a cinquenta mil mortes por arma de fogo no país todo ano, que é uma estatística totalmente absurda – mas que, entra governo, sai governo, se mantém mais ou menos por ali: aumenta um pouquinho, diminui um pouquinho, melhora a situação econômica ou melhora a condição social, continua a mesma situação – e isso passa por várias questões, seja de investigação, seja de questões sociais, da falta de oportunidade, de possibilidades, da criação de esperança, seja da ineficiência do aparato estatal, tanto judicial quanto policial, e o que acontece é que, no último governo, no governo anterior, quase que houve uma oficialização dessa situação, estimulando as pessoas a comprarem armas sob a alcunha de colecionar armas e tudo isso – de certa maneira corroborando disfarçadamente ou mais explicitamente a questão da autodefesa: uma vez que o Estado, e essa sociedade, não consegue melhorar essa situação, você passa a ter, segundo esse raciocínio, o direito de se autodefender. O filme já é um projeto de mais longo prazo, já tem mais tempo, ele reflete essa questão endêmica da qual eu falei, mas claro que ele foi feito já com a radicalização, com a situação dos últimos anos, de algoritmos, sim enão, radicais de todos os lados, isso está refletido no filme: esse pensamento, essa radicalização, essa falta de escuta. É muito mais uma reflexão sobre um estado de coisas permanente no país do que algum caso específico.

 

Você iniciou sua carreira no cinema como roteirista de grandes títulos como “Central do Brasil” e “Terra Estrangeira”, cheios de humanidade, e estreou como diretor com outro filme muito sensível, “O Outro Lado da Rua” – sem falar que dirigiu outro filme “Meu Pé de Laranja Lima”, que fala direto ao coração de muitos brasileiros. De que forma “Tempo de Barbárie” conversa com a sua produção anterior?

Realmente, o “Tempo de Barbárie”, olhando para os filmes que eu realizei, especialmente como diretor, ele parece um certo “desvio de rota” ou “proposta alternativa” das coisas que eu já fiz – e isso eu também me perguntei quando tive essa ideia de fazer, mas, por outro lado, ele dialoga com as coisas que eu fiz porque ele é um estudo de personagens, e os filmes que eu fiz seguem muito proximamente os personagens principais, muito mais do que a questão da reviravolta, de trama, de tudo isso; às vezes, são quase estudos de personagens em determinadas situações e nisso ele segue nessa linha. De outro modo, também, essa sensação de desvio também seja porque ele trata de maneira oposta, e nesse sentido dialoga, com a questão do afeto: todos os meus filmes lidam com a busca do afeto – em “O Outro Lado da Rua” é a busca do afeto, uma desesperança que se transforma em encontro de afeto na terceira idade; em “Meu Pé de Laranja Lima” é uma rejeição profunda de uma criança por sua família e que busca esse afeto na figura de um pai substituto ou de alguém que entende, mais do que ser um pai, compreende aquele vigor criativo, aquela inquietude daquela criança; “O Amor Dá Voltas” trata da busca de afeto mais tradicional, mais corriqueira, do amor, do seu lugar no mundo, especialmente em relacionamentos, na passagem da juventude para a vida adulta, e tudo isso… E este filme é o contrário: é um filme de um personagem que, aparentemente, conquistou todas as referências, clichês, como queira chamar, de afeto – de sucesso e afeto possíveis: ela tem uma realização profissional, uma realização familiar, uma realização maternal. E enquanto os outros filmes falam da busca e do encontro desse afeto, este filme fala da destruição, de como um evento exterior, incontrolável, que acontece com a protagonista, de como ela pode pegar uma pessoa com os afetos resolvidos e destruir, um a um, esses afetos, inclusive o próprio afeto a si próprio – porque ele também, de certa maneira, fala da autodestruição, de como você vai, a partir de uma tragédia, ainda aprimorar a sua destruição pessoal. Então, acho que há um diálogo [entre meus filmes] nesses níveis, com esses elementos.

 

A escolha do elenco é um ponto forte do filme. Grandes nomes como Claudia Abreu, Julia Lemmertz e Alexandre Borges parecem atuar em papéis escritos para eles. Você já tinha trabalhado com esses atores? Como é o seu processo de escolha de elenco?

Obrigado pelo elogio, no sentido de que esses grandes atores parecem atuar em papéis escritos para eles, acho que é um elogio ao meu lado roteirista, eu e meus parceiros, e ao meu lado diretor, de que fizemos um bom trabalho, como diretor uma ótima escolha, e um bom trabalho lá com eles de desenvolvimento de personagens, de ensaios, leituras… Neste caso, eu não escrevi especificamente para eles, foi uma reflexão de quem eu achava que seria mais perfeito para as personagens. Eu já tive a experiência de escrever diretamente [para um ator] – o “Central do Brasil”, a gente escreveu para a Fernanda [Montenegro], para a Marília [Pêra]; “O Outro Lado da Rua” eu escrevi para a Fernanda novamente, aí como diretor, e para o Raul Cortez –, mas este, não: foram personagens que foram se desenvolvendo na escrita e quando eu fui fazer o filme, eu pensei, busquei isso, troquei  ideias com meus parceiros…Cuidado – acho que a escolha é muito importante e, a partir dali, é um trabalho de busca criativa com o elenco, e acho que realmente foi bem sucedido, acho eles estão realmente muito fortes no filme.

 

Há um jogo de otimismo e pessimismo, esperança e vingança, marcado pelas personagens de Júlia Lemmertz – a terapeuta que ajuda pais que perderam seus filhos para a violência – e Alexandre Borges – o pai que quer vingança. É uma forma de deixar para o espectador as conclusões sobre as mudanças da protagonista?

A Carla, personagem da Cláudia Abreu, protagonista do filme, eu acho que ela representa a pessoa jogada, que caiu do penhasco no meio dessa situação dramática e encontra caminhos opostos, representados pela Júlia Lemmertz e pelo Alexandre Borges– que faz um advogado, colega de escritório da Carla, e que traz a ela essa solução radical da autodefesa, da violência contra a violência, de certa maneira ele é um diabinho, um Mefisto estranho que tenta a protagonista com um acordo de vender sua alma em troca de como resolver esse conflito interno. Já a Natália [Júlia Lemmertz] representa o bom senso, representa a pessoa que passou por uma situação tão trágica quanto a protagonista mas que buscou uma compreensão, um entendimento, uma humanidade, a compreensão de que toda essa violência é um processo, de que se obviamente a pessoa que puxa o gatilho tem uma responsabilidade e dela não pode escapar, não importa as circunstâncias em que esteja – nessa situação que foi descrita, há toda uma situação por trás que ajuda a construir essa situação para essa pessoa, para esse responsável –; e ela [Natália] busca um caminho que não necessariamente é o do perdão, mas de compreensão e de aceitação dos processos civilizatórios, que seriam a investigação policial, o julgamento, a punição determinada em lei. E a protagonista se vê entre esses dois extremos e escolhe o seu caminho, sobre o qual ela assume a responsabilidade integral em algum momento lá do filme. E a questão de deixar para os espectadores concluírem, sim, em parte, não diria totalmente; acho que o filme não é panfletário, no sentido de não escrever com todas as letras sua posição, mas ele mostra que aquilo é um desastre para todos – aquele caminho que a protagonista busca só tem um resultado possível: o desastre absoluto para todos, inclusive para ela. Obviamente, o espectador pode discordar disso, mas ele tem o direito – ainda que eu discorde – de discordar [da tese do filme]. Mas, nesse sentido, não é um filme talvez tão explícito quanto alguns filmes que dão uma resposta mastigada para o expectador, e incontornável – ainda que eu ache que a conclusão seja bastante colocada, claramente colocada, pela própria personagem [protagonista] no final do filme.

 

O título sugere que haverá outros atos para essa história. Pode nos adiantar alguma coisa sobre os próximos passos desta produção? Ou você tem algum novo projeto independente dessa história ?

O título tem esse perfil  diferente de projetos que realizei mais no sentido de busca de afeto. Também me perguntei por que um projeto como esse [ eu tenho outra história que tem uma violência embutida] ? De alguma maneira entendi que estava falando um pouco desses tempos que nós vivemos, tempos de falta de diálogo, de radicalismo, do algoritmo – que matematicamente falando é zero e um, ou seja, sim e não –  é a falta de diálogo social que reflete um pouco esse zero e um: radicalização nas soluções, falta de escuta e a barbárie. O processo civilizatório é o processo de escuta, troca de idéias e busca de consenso. Percebi que eu tinha um caminho temático, mas os eventuais próximos filmes não serão continuação dessa história, desses personagens. Serão outros atores, ou até os mesmos, mas interpretando outros personagens. Seriam  aspectos diferentes da barbárie. Outro deles, por exemplo, seria o amor, esse foi a vingança.

 

No cenário geral:  quais as maiores dificuldades de fazer cinema no Brasil ?

A maior é a instabilidade. Há momentos no país em que vão sendo implantados modelos de gestão da área, quer seja através de mecanismos de apoio estatal, quer seja por medidas regulatórias em busca de isonomia. No cinema, essa isonomia se dá através de mecanismos como “cota de tela”, que garante exibição por x dias do ano de filmes brasileiros, o que permite certa competitividade com os filmes importados,  também  quando o cinema é financiado por uma contribuição da própria área e que não vem do cofre estatal, mas gerida pela Ancine, que é o órgão regulatório. Houve também as cotas na TV a cabo. Tudo isso foi implantado há alguns anos, mas depois rapidamente “desimplantado” nos governos Temer e Bolsonaro. Esse vácuo causa  uma ruptura brutal em toda a cadeia produtiva e formação de artistas e técnicos que tiveram seus empregos perdidos, mudando de atividade. A gente não consegue ter um volume constante de produção , com valor de produção capaz de competir com os estrangeiros porque esses valores são instáveis. Entraram os novos modelos, como os streamings, e tudo isso que precisa ter regulação como tem na Europa. Esses são desafios que o cinema enfrenta, permanentemente, no Brasil.

 

Acredita que estamos entrando numa fase melhor para o cinema nacional e a cultura em geral , depois dos últimos tempos sombrios para a arte no país ?

Acho que é impossível ser pior do que foi, então só a ausência daquela oposição destrutiva à cultura, de modo geral, já é positivo. Faltava  entendimento da importância da cultura, do papel dos trabalhadores da área, um tratamento preconceituoso e míope do que seria o papel do agente cultural que era visto como um privilegiado, um mamador, uma saúva dos cofres estatais. Faltou a compreensão de entender a cultura como geradora de empregos, de autoestima nacional e de divisas. O turismo, interno e externo, também é estimulado pelos eventos culturais, como a própria percepção do que chamam de soft power. Tudo isso foi uma compreensão, infelizmente, que não houve.

As coisas tendem a melhorar, espero que não seja demorado. A cultura sempre tem um orçamento muito irrisório, tudo demora.  Parece que existe uma boa vontade, mas tem que resultar em conquistas rápidas, pois tem toda uma classe que depende disso e precisa ter condições de trabalho.

Trailer:

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SÉRIE

A surpreendente “Cangaço Novo”  da Prime Vídeo

Já que estamos falando de produções nacionais, não posso deixar passar a oportunidade de destacar a nova série da Amazon Prime Vídeo, Cangaço Novo, que está fazendo merecido sucesso. O Brasil já produziu – para diversas plataformas – algumas ótimas séries, como “Magnífica 70”, “ FDP” e “ Cidade Invisível”, por exemplo. Mas, conto a vocês que Cangaço Novo elevou o padrão dos filmes de ação feitos aqui. Roteiro, cenografia, trilha sonora, fotografia e a direção de Fábio Mendonça e Aly Muritiba resultaram em um seriado surpreendente. Gravada em Cabaceiras, Paraíba, a trama mostra um  grupo de assaltantes de banco, uma espécie de cangaceiros modernos. No centro de tudo, está Ubaldo, um ex-militar e bancário que sai de São Paulo e volta à cidade natal no Ceará, a fictícia Cratará, atrás de uma herança. Sua vida sofre uma reviravolta a partir dessa visita. Lá ele encontra as duas irmãs de quem nem lembrava mais. Para Ubaldo, a infância e sua saída do vilarejo é uma nebulosa. Suas lembranças vêm em cenas em preto e branco no início de cada episódio. A irmã mais velha, Dinorah, é membro importante da quadrilha e antagoniza com o irmão, visto pelos habitantes como a imagem santificada do pai morto, Amaro Vaqueiro.

Allan Souza Lima interpreta Ubaldo; Alice Carvalho vive Dinorah. Ambos estão perfeitos nos papéis. Aliás, o elenco inteiro é responsável pelo sucesso da série: que atores, minha gente! A maioria é paraibana e, graças ao streaming, hão de ser descobertos para outros trabalhos. Há também alguns nomes bem conhecidos, como Hermila Guedes, Marcélia Cartaxo, Ricardo Blatt e Luiz Carlos Vasconcellos. [Aqui o trailer].

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NOTA-PÉ

Enquanto eu escrevia sobre a falta de isonomia para as produções brasileiras, a Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou de forma unânime o Projeto de Lei da Cota de Tela (PL 3696/23), do senador Randolfe Rodrigues, que estabelece a obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais na TV paga. Infelizmente, após proposta de emenda do senador Eduardo Gomes (PL-TO), as salas de cinema foram retiradas do projeto. Gomes atendeu o desejo das grandes cadeias de exibidores que reclamaram da obrigatoriedade, alegando possíveis prejuízos. O Projeto de Lei segue agora para a Comissão de Comunicação e Direito Digital.  Vamos acompanhar.

A propósito: “Tempos de barbárie” não está em cartaz na Grande Florianópolis. Só pode ser visto em cinemas de Blumenau e Joinville.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

THE END

 

 

 

 

 

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