Nem nos seus dias de maior lucidez o dramaturgo Dias Gomes poderia imaginar que uma de suas personagens representaria tão bem o momento que estamos passando no país. Na ficção Odorico Paraguaçu, o bem-amado Prefeito da cidade fictícia de Sucupira, elegeu-se com a promessa de inaugurar um cemitério de cidade, mas embora fosse corrupto e demagogo era adorado pelos seus eleitores. O problema de Odorico é que, após a inauguração do cemitério, ninguém mais morreu. Desesperado com a situação, tomou iniciativas macabras para concretizar sua promessa e lá como na realidade paralela em que vivemos. O Prefeito dono de uma retórica vazia, gostava de citar filósofos e políticos, como Platão e Rui Barbosa, ou inventava frases que atribuía a personalidades, ou seja, em plena década de 70 já usava os prenúncios das notícias falsas (fake news) que tomaram conta do país e levaram milhares de pessoas a morte. Se na ficção faltaram mortos para a inauguração do cemitério, por aqui foi necessário ampliar o turno para tantos velórios e isso diante do grito histérico de parte da população que ainda faz questão de continuar sendo enganada. Um patriotismo às avessas.
Polêmicas do Plano Diretor, os 50 maiores devedores estaduais e a escassez de recursos para prevenção de desastres naturais marcaram a coluna em 2023
A aprovação polêmica do Plano Diretor de Florianópolis, os principais devedores em Santa Catarina e a discrepância entre investimentos públicos e necessidades reais da Defesa Civil para lidar com tragédias decorrentes das chuvas, evidenciando a vulnerabilidade da população.