Portal Making Of

Como sobreviver à maior inflação dos últimos 26 anos?

Imagem de Tumisu por Pixabay

Um jargão muito comum na mídia virou meta dos trabalhadores brasileiros, com a chegada da maior inflação dos últimos 26 anos e o “se vira nos 30” dias do mês com o salário desvalorizando a cada dia é tarefa árdua. Para quem continua empregado, os cortes nas despesas atingiram primeiro o lazer, depois a troca de produtos com maior preço por outros mais baratos – um salto da carne vermelha, para o frango ou para os ovos e a chamada “mistura” está cada vez mais difícil de acompanhar a alimentação. Sem falar nos aumentos constantes dos combustíveis.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, de abril foi 1,06%. A taxa ficou abaixo da registrada em março (1,62%). Mas, ao mesmo tempo, foi o índice mais alto para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Em 12 meses, os preços subiram, em média, 12,13%.

Mas nada foi mais fatal para o orçamento doméstico do que escolher alguém que não entende de economia para comandar o país. Com o ego maior do que o conhecimento para o cargo, declarações duvidosas e a má administração da pandemia frustraram as expectativas do mercado (e continuam frustrando). Declarações que fizeram o dólar oscilar por várias vezes, desvalorizaram o real, pressionam a subida dos juros e a consequência bate pesado no bolso.

Aparentemente “a vilã dessa história” é a política de preços dos combustíveis adotada em 2016 pela Petrobras (durante o Governo do Michel Temer):  o chamado “Preços por Paridade Internacional (PPI)” que faz o preço interno do petróleo acompanhar a variação do preço internacional do produto. O caos se instala quando a referência desses aumentos é o dólar valorizado no mercado nacional. Sabe o que isso significa? Significa: inflação e que o seu dinheiro vale cada vez menos.

O impacto das declarações presidenciais e os constantes factoides, criados como cortina de fumaça para ocultar os reais problemas que circundam o Palácio do Planalto e a família Bolsonaro, tornam essa relação ainda mais perversa: expectativas baixas, dólar alto, instabilidade internacional, paridade do preço do petróleo, taxa de juros altas e desemprego. Na margem do processo estão as políticas econômicas paralelas que entram em choque com o desenvolvimento do país.

Negligenciar o meio ambiente, a ciência e tecnologia, educação, saúde, cultura e os pilares de sustentação da economia e do país, em prol do garimpo e de ações focadas exclusivamente em interesses de grupos econômicos específicos, pode ser resumido no caos que chega em forma de inflação ao bolso dos consumidores. Para sobreviver ao caos instalado faça uma mea culpa e pense até que ponto você ajudou a criar este cenário e, se for para resolver o problema do país, escolha nas próximas eleições pessoas que compreendam a importância da economia e que priorizem o desenvolvimento do país, porque até lá o que resta é se “virar nos 30” e sobreviver aos caos instalado.

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Virou bagunça

Tomar a vacina contra Covid-19 em Florianópolis virou uma corrida com obstáculo.

Desaprendendo com a pandemia

Demora no atendimento e fila para tomar vacina contra Covid-19 nos postos de saúde dificultam o acesso dos moradores do sul da ilha à imunização.

Profissional tóxico

Dois casos choraram a opinião pública essa semana e a relação entre ambos está na postura antiprofissional dos envolvidos. Leia mais na coluna a seguir

Política fracassada

Há cerca de 100 dias das eleições presidenciais a falta de uma política econômica ainda é o calcanhar de Aquiles para a reeleição de Jair Bolsonaro.

Selo Social

Selo Social: reconhecimento ao incentivo a práticas socioambientais no mundo dos negócios.

Sem rumo

Na falta de um política econômica efetiva, o Banco Central anunciou mais um aumento essa semana e a taxa Selic alcançou o maior patamar desde dezembro de 2016: 13,25% a.a. Foram 11 aumentos consecutivos.

Foco no futuro

Destaques da semana: escritório novo, investimento nos colaboradores, atendimento do SUS e startup em alta.

A culpa nunca foi do ICMS

A Petrobras anunciou hoje novos aumentos dos combustíveis, dois dias depois da aprovação do Projeto de Lei que limita o ICMS 17%.

Um país com fome

33 milhões de pessoas passam fome no país segundo levantamento do Instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Memória Controversa

A eleição para o Diretório Central dos Estudantes da UFSC revisitou a memória controversa com relação ao primeiro Reitor da Universidade e o apoio à

Saúde Sem Judicialização

O Governo de Santa Catarina promoveu uma reunião envolvendo diversos órgãos, incluindo o Tribunal de Justiça, para discutir a distribuição de medicamentos e a realização